Estou nas Cataratas do Iguaçu, na Foz do Iguaçu, Paraná, e algo me chamou a atenção. Como sabem sempre que viajo, faço questão de observar as circunstâncias ao meu redor, e desta vez, fiquei surpreso ao perceber que o volume de água das cataratas estava visivelmente menor do que em visitas anteriores. Claro, há fatores sazonais que influenciam essa variação, mas é difícil não associar essa redução à estiagem e à falta de chuvas que vêm assolando diversas regiões do Brasil.
Esse fenômeno não é isolado. Segundo matéria recente do jornal O Globo, quatro trechos de rios do Pantanal e da Amazônia atingiram seus menores níveis históricos entre os dias 29 e 30 de agosto de 2024, de acordo com medições do Serviço Geológico Brasileiro (SGB). O Rio Solimões, Rio Acre, Rio Paraguai e Rio Cuiabá registraram seus menores níveis já registrados, enquanto o Rio Madeira e o Rio Araguaia chegaram ao segundo menor nível da história. A seca prolongada está causando danos severos, incluindo a formação de grandes bancos de areia que afetam a navegação no Rio Madeira, onde o nível da água ficou 2 metros abaixo do esperado para o período.
Essas condições extremas afetam diretamente o abastecimento de água, a biodiversidade e a economia local. O cenário na Amazônia, por exemplo, é considerado pior do que a seca histórica de 2023, com chuvas abaixo da média, intensificadas pelo fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas.
A redução no fluxo dos rios impacta não apenas a biodiversidade e os ecossistemas, mas também nossa economia e qualidade de vida. O fornecimento de água para consumo humano e industrial é afetado, assim como a produção de energia hidrelétrica, da qual o Brasil é tão dependente.
É aqui que a agenda ESG entra em cena. O “E” de ESG (Meio Ambiente) nos lembra da nossa responsabilidade em mitigar os efeitos das mudanças climáticas e adotar práticas sustentáveis que ajudem a preservar recursos naturais. A estiagem e a escassez de água são, em grande parte, consequência da degradação ambiental e do desequilíbrio que criamos no planeta.
Portanto, práticas de governança ambiental precisam ir além de promessas e discursos vazios.
Além disso, o governo brasileiro precisa deixar de ser evasivo em certas circunstâncias e agir conforme o prometido em sua campanha eleitoral, colocando o meio ambiente como prioridade. Há uma evidente contradição entre a liderança do Brasil na questão climática – como o anúncio da COP30 em Belém – e o apoio contínuo à indústria do petróleo. Se o governo quer ser um protagonista na luta contra as mudanças climáticas, é essencial que sua atuação seja mais eficaz e condizente com a gravidade do cenário ambiental. O país não pode promover um evento climático tão relevante como a COP30, enquanto, ao mesmo tempo, falha em adotar medidas concretas para reduzir sua dependência de combustíveis fósseis, apoiar a transição energética e ser proativo no tema.
As práticas de governança ambiental precisam ir além de promessas e discursos vazios. Empresas, governos e sociedade devem se unir para encontrar soluções reais. A regeneração de bacias hidrográficas, o uso consciente da água e a adoção de tecnologias que minimizem o impacto ambiental são exemplos de como o ESG pode ser colocado em prática.
Empresas e governos devem se unir para encontrar soluções reais. A regeneração de bacias hidrográficas, o uso consciente da água e a adoção de tecnologias que minimizem o impacto ambiental são exemplos de como o ESG pode ser colocado em prática.
Enquanto observava as quedas de água em Iguaçu, ficou claro para mim que a natureza está nos enviando um aviso. Cabe a nós escutarmos e agirmos.
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