Em fevereiro deste ano, tive a oportunidade de participar de um dos maiores programas de inovação aberta do mundo, na Bélgica, ao lado de gigantes como AB InBev, Coca-Cola, Unilever, Colgate-Palmolive e Danone. Estive lá representando o Brasil através da minha empresa, O2eco Tecnologia Ambiental, (em um projeto para regeneração de um rio no interior do estado de São Paulo), que selecionou 30 empresas de um universo de 2.100 candidatas ao redor do mundo.
O que mais me impressionou foi a escolha dessas empresas em trazer profissionais com mais de 30 anos de experiência (que ainda atuam como consultores) para compartilhar suas perspectivas, ensinamentos e, acima de tudo, suas histórias de resiliência, tanto em suas trajetórias profissionais quanto pessoais. Esses relatos foram valiosos não apenas pelo conhecimento técnico, mas pela profundidade das lições aprendidas ao longo de suas carreiras.
Etarismo é problema enfrentado por profissionais mais velhos (Créditos: Reprodução)
Atualmente, o comum é ver um líder experiente que dedicou décadas de sua vida ao desenvolvimento de uma organização. Ele enfrentou crises, conduziu inovações e mentoreou gerações de novos talentos. Agora, prestes a completar 65 anos, esse líder começa a notar que suas ideias são recebidas com menos entusiasmo, suas decisões questionadas com mais frequência. Aos poucos, percebe que a sua experiência, uma vez reverenciada, agora é vista como um peso. Esse é o reflexo do etarismo, a discriminação com base na idade, uma realidade cada vez mais presente no mundo corporativo e político.
Os dados do Censo 2022 do IBGE revelam um Brasil que envelhece rapidamente, tornando o debate sobre etarismo ainda mais urgente. Com a expectativa de vida aumentando, a população idosa deve atingir 33,7% do total em 2060, segundo projeções do IBGE. Este cenário coloca o mercado de trabalho diante de um dilema: como valorizar a sabedoria e a experiência dos mais velhos, sem comprometer a inovação e a adaptabilidade das organizações?
Historicamente, culturas antigas reverenciavam seus idosos, vendo neles uma fonte de sabedoria inestimável. No entanto, com a revolução industrial e os avanços tecnológicos, essa percepção mudou. A juventude passou a ser associada à inovação e à capacidade de adaptação, enquanto a idade avançada foi erroneamente vinculada ao declínio da produtividade. No século XX, essa visão se consolidou, e o etarismo ganhou força, excluindo líderes experientes e desvalorizando profissionais mais velhos.
O desafio, especialmente no Brasil, é combater essa discriminação enquanto se reconhece a importância de uma liderança eficaz. As organizações precisam de uma abordagem equilibrada, que valorize a experiência acumulada dos trabalhadores mais velhos e, ao mesmo tempo, fomente a inovação. Não fazer isso significa perder talentos valiosos e, enfraquecer a cultura organizacional.
Estudos mostram que equipes diversas, incluindo a diversidade etária, são mais inovadoras e resilientes. Empresas que adotam políticas inclusivas, como programas de mentoria intergeracional e avaliações de desempenho justas, conseguem não apenas reter talentos, mas também promover uma transição suave de liderança, alinhada às necessidades do mercado moderno.
(A McKinsey & Company em seu relatório “Diversity Wins: How Inclusion Matters”, “A Diversidade Vence: Como a Inclusão Importa” de 2020, constatou que empresas com maior diversidade, incluindo a etária, têm 25% mais probabilidade de ter lucratividade acima da média do setor).
A longevidade da população oferece oportunidades únicas para reavaliar políticas de emprego e liderança. Profissionais mais velhos podem continuar a contribuir de forma significativa, assumindo papéis de mentoria ou consultoria, enquanto organizações desenvolvem planos de sucessão claros. A inovação não precisa ser sacrificada em nome da experiência; pelo contrário, ambas podem coexistir de forma harmoniosa, criando organizações mais fortes e preparadas para o futuro.
Combatendo o etarismo e promovendo um ambiente de trabalho inclusivo, as empresas podem transformar o envelhecimento da população em uma vantagem competitiva, aproveitando a sabedoria dos mais velhos para enfrentar os desafios do mundo moderno. Este é o caminho para um mercado de trabalho mais justo, eficiente e sustentável.
Em comemoração aos seus 55 anos, a Embraer continua a inovar ao abrir inscrições para mais uma edição do “Embraer Social Tech Careers”, desta vez com um foco especial em profissionais com 50 anos ou mais. As inscrições para essa nova turma do programa de aceleração de carreiras em tecnologia começaram no dia 5 de agosto e vão até 6 de setembro). Serão oferecidas 165 bolsas de estudo a profissionais experientes que buscam novos aprendizados, com prioridade para aqueles que também pertencem a outros grupos sociais sub-representados.
https://soulcode.com/embraer/embraersocialtechcareers
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