
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que o Brasil pode vir a precisar de uma intervenção militar dos Estados Unidos no futuro. Em entrevista ao portal Metrópoles, o parlamentar disse que essa medida extrema seria necessária caso o país, segundo ele, siga o caminho da Venezuela, com eleições sem transparência, censura e prisões políticas.
“Acho que nesse momento não, mas se o regime brasileiro for consolidado e tiver uma evolução igual à da Venezuela, com eleições que não são nada transparentes, sem a ampla participação da oposição, regado a censura e prisões políticas, o Brasil pode perfeitamente, no futuro, precisar da vinda de caças F-35 e de navios de guerra”, afirmou.
As declarações ocorreram um dia após o Supremo Tribunal Federal condenar Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, por cinco crimes ligados à trama golpista e aos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Eduardo citou ainda uma fala da porta-voz da Casa Branca, Caroline Leavitt, no governo Donald Trump, como exemplo da disposição americana em defender a “pauta da liberdade”. Ele afirmou que as autoridades brasileiras deveriam prestar atenção a esse posicionamento.
Ao ser questionado sobre o prazo desse “futuro” que poderia levar a uma intervenção, o deputado apontou para as próximas eleições. Segundo ele, caso a oposição seja limitada ou a disputa ocorra “à base de censura”, não haveria motivo para os Estados Unidos reconhecerem a legitimidade do pleito brasileiro.
“Não é encarcerando o líder da oposição que você vai fazer uma eleição. Não é violando a Constituição que você vai preservar a Constituição”, disse.
Eduardo também afirmou que, diante da ameaça à liberdade, preferiria a guerra à submissão, citando como exemplo a posição de Winston Churchill frente ao nazismo em 1938:
“Você aceitaria ser escravo para evitar uma guerra? Eu prefiro a guerra. Poderia ter escolhido entre a desonra e a guerra. Escolheu a desonra e ainda terá a guerra.”
Questionado sobre o risco de civis inocentes em caso de conflito, o deputado respondeu que “pessoas inocentes já estão sofrendo” no Brasil, citando apoiadores do pai condenados pelos ataques de 8 de janeiro, incluindo nomes de pessoas que considera injustiçadas.
Embora tenha ressaltado que não deseja uma guerra, Eduardo concluiu que, na sua visão, a conjuntura política atual já representa perseguição. “Não é fechando os olhos para a realidade que se evita o sacrifício”, afirmou.
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