Há alguns dias fomos tomar um cafezinho no escritório da SP RIO+. Pessoal jovem trabalhando com disposição, sob a batuta do mestre Zé Guilherme, com quem pudemos conversar sobre nossa paixão comum, os livros. Além de conhecer, profundamente, as agruras do jornalismo, é autor de livros sobre vinhos, deliciosos, no sentido exato da palavra.
Falamos sobre escritores, sobre inteligência artificial e, claro, sobre o destino da literatura. Estariam os livros fadados a esvanecerem-se? Quem escreverá literatura, com os chats robôs, que respondem, classificam e organizam conteúdo?
Comentando sobre os trabalhadores “escravizados” da Revolução Industrial, Zé Guilherme cita Harari ao dizer que a automação pode representar uma onda de desemprego em massa, graças aos avanços da Inteligência Artificial (IA). As pessoas terão que se acostumar a aprender novas habilidades e a se reinventar ao longo da vida se não quiserem fazer parte de uma nova classe social, a dos “inúteis”.
Se o bicho humano é mais adaptável do que as baratas, claro que virão soluções. E virão porque somos capazes de pensar e criar. E esse é um dos diferenciais da nossa espécie.
Enquanto tivermos a capacidade de dialogar e expandir o pensamento para além do objeto; conseguirmos compartilhar e cooperar; e tivermos capacidade de transmitir informações de algo que não existe no mundo físico, como lendas e mitos, estaremos salvos da extinção.
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O ser que pensa e sensibiliza o outro com inteligência e afetividade, sempre será diferente daquele programado racional. Toda história já foi contada, desde o princípio dos tempos; o que vale mesmo é a forma como é contada.
Zé, nós dois não veremos o futuro, mas estaremos nele. Posso assegurar!
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