Se há algo que o mundo corporativo já deveria ter aprendido é que rótulos importam menos do que ações. O ESG – sigla para Meio Ambiente, Social e Governança, vem sendo alvo de ataques políticos, especialmente daqueles que enxergam responsabilidade socioambiental como um obstáculo, e não como uma oportunidade.
A recente onda de críticas, impulsionada por lideranças como Donald Trump e seus seguidores, tenta desacreditar a importância do ESG, alegando que se trata de uma imposição ideológica. Mas sejamos diretos: a sustentabilidade empresarial não depende de uma sigla, mas da necessidade real de empresas se adaptarem às mudanças climáticas e às novas exigências do mercado.
Ser ESG ou não? (Créditos: Reprodução)
Desde que o ESG se tornou um critério fundamental para investidores e reguladores, o discurso contra a sustentabilidade ganhou força em certos setores.
Trump já expressou repetidamente sua visão de que o ESG representa uma ameaça à economia, descrevendo essas práticas como um risco para a economia americana e para os valores tradicionais de mercado.
Entretanto, esse posicionamento ignora dados sólidos que demonstram o oposto. E contra fatos não há argumentos!
Segundo um estudo da Morningstar, fundos sustentáveis superaram os tradicionais em 2023, registrando retornos médios de 10,7%, enquanto fundos convencionais ficaram em 8,6%.
Além disso, uma pesquisa recente do Morgan Stanley revelou que 78% dos investidores institucionais esperam que os ativos em fundos sustentáveis aumentem nos próximos dois anos, impulsionados por novos mandatos e maiores alocações de clientes existentes.
Ou seja, enquanto alguns insistem em fazer do ESG um inimigo político, o mercado continua priorizando empresas que adotam práticas sustentáveis.
O motivo? Simples: risco financeiro. O Fórum Econômico Mundial estima que mais de US$ 44 trilhões em valor econômico – cerca de 50% do PIB global dependem da natureza de alguma forma. Negligenciar impactos ambientais e sociais significa expor empresas a riscos operacionais, regulatórios e de reputação.
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Em 2023, os EUA enfrentaram um recorde de 28 desastres climáticos bilionários, segundo a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica). Incêndios devastaram mais de 1,7 milhão de hectares no Canadá, e a Europa registrou o verão mais quente de sua história. E a recente tragedia incendiaria de Los Angeles nos mostra da pior forma o que pode estar por vir pela frente. Empresas que não adaptarem suas estratégias para lidar com essa nova realidade correm o risco de simplesmente deixarem de existir.
O ponto central não é se ESG é um nome bonito ou se políticos vão continuar tentando usá-lo como espantalho ideológico. A questão é que práticas sustentáveis deixaram de ser uma opção e se tornaram um diferencial competitivo.
Dados da Deloitte mostram que empresas líderes em sustentabilidade registram 21% mais rentabilidade a longo prazo do que suas concorrentes. Já um estudo da Harvard Business School revelou que companhias com forte governança ESG têm 40% menos volatilidade em suas ações.
Os consumidores também não estão alheios. Uma pesquisa da NielsenIQ apontou que 73% dos consumidores globais estão dispostos a mudar seus hábitos de compra para reduzir impactos ambientais. E a PwC indica que 83% dos funcionários preferem trabalhar para empresas alinhadas com propósitos sustentáveis. Ou seja, ESG não é um modismo corporativo – é uma demanda de mercado.
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O verdadeiro problema com o ESG não está na sigla, mas na confusão entre discurso e prática. Empresas que apenas fazem “greenwashing” – tentando parecer sustentáveis sem de fato implementar mudanças reais, serão as primeiras a sofrer com a pressão de investidores, consumidores e reguladores.
O setor financeiro já está precificando melhor os riscos climáticos. Seguradoras estão ajustando suas coberturas, bancos estão elevando exigências para financiamentos, e governos estão aumentando penalidades para empresas poluentes. Em um mundo onde desastres ambientais e crises sociais impactam diretamente cadeias produtivas, ignorar sustentabilidade deixou de ser uma opção viável.
Por isso, a pergunta que empresas devem se fazer não é “Devemos ser ESG?”, mas sim “Como podemos nos tornar mais sustentáveis e resilientes?”. Porque, no final, o que importa não é o nome da estratégia, mas sim seus impactos reais.
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