Quantos quase fim do mundo a humanidade já viveu? Os quatro cavaleiros do apocalipse entram e saem de cena mas estão sempre cavalgando pelos vales nublados. São eles as conquistas, guerra, fome e a morte. Um quinto cavaleiro seria a fake news.
Aquelas ficções que imaginávamos sem chance nenhuma de se tornarem realidade criadas por escritores, artistas e cineastas estão acenando de longe, estamos vendo pinceladas fortes em muitos cenários de 2024.
A arte sempre nos provocando e confundindo com o que talvez seja a visão mais realista do que vivemos. Ela nos permite interpretações mais subjetivas sobre o mundo e nós mesmos.
No tipo catástrofes naturalistas temos os episódios entre enchentes e secas, muita fumaça vindo de queimadas inevitavelmente criminosas, furacões com intensidade além dos limites teóricos. Muito calor e muito frio, falta de água.
Já no tipo catástrofes biológicas ainda estamos na esteira do quase pós-covid e sempre ameaçados por algum vírus novo ou velho fortalecido. Temos a ciência e tecnologia para superarmos melhor que nossos antepassados. De 1400 a 1720 foram dez episódios da peste negra matando no mundo 25 milhões de pessoas em três séculos contra 15 milhões na covid em três anos.
A definição de catástrofes contempla ameaças de origem natural e ou tecnológica, então, catástrofes em usinas nucleares e extermínios com equipamentos altamente high tech se incluem e seriam as guerras atuais. Sigamos com algumas causadas por empresas, Mariana, Maceió, Brumadinho. Em comum, alguns fatores como ganância, falta de investimento para prevenção e precarização da mão de obra.
Hoje minha timeline me mostrou carros empilhados em um volume de lama similar ao do Rio do Grande do Sul, mas era na Espanha. Termos como belle-époque e erudição nunca sustentaram a realidade. Sempre bélica e gananciosa, é verdade, mas agora num patamar sem precedente histórico com potencial destrutivo por controle remoto.
Que desejo mórbido requintado desenvolvemos para assistir diariamente online direto na mesa de jantar cenas de guerras ao vivo, com detalhes explícitos de massacres. E o tanto que essas cenas se diluem dia a dia em nós eliminando nossa capacidade empática e de se indignar, se revoltar.
Por outro lado nos tornamos profundamente humilhados e ameaçados por opiniões diversas das nossas. Massacres humanos são mais aceitos que opiniões diversas, que corpos diversos, que raças diversas.
Aceito e legitimado, o mediano, o medíocre, se contenta com o superficial, o raso, a retórica fácil na zona de conforto que acomoda e dá falsa segurança. Mas isso tem alto custo para se manter e efeitos nocivos, perversos socialmente. São a normalização dos preconceitos e aumento da violência.
O pior apocalipse é sempre o que ocorre em nossas cabeças. Não existe tormento light, o protocolo é alimentar a agressividade. A mediocridade sempre vai gerar insatisfação pois vai contra nossa natureza humana desafiadora e criativa.
Nem sempre é pela palavra que conseguimos nos expressar e a arte nos trás inúmeras possibilidades de experiências sensoriais. Nesse contato podemos acessar o diverso e contraditório e por isso muitos se sentem ameaçados.
Temos visto a mediocridade orgulhosa de sua ignorância censurando livros escolares, vigiando professores e amedrontados com a capacidade que a arte tem de se expressar criticamente. Um fim do futuro acontece todos os dias para milhões.
“A meu ver, os otimistas acreditam que este mundo é o melhor possível, ao passo que os pessimistas suspeitam que os otimistas podem estar certos…” – Zygmunt Bauman (veja mais clicando aqui)
Acredito que essa classificação binária de atitudes não é exaustiva. Existe uma terceira categoria: pessoas com esperança. Eu me coloco nessa terceira categoria. De outra forma, não veria sentido em falar e escrever…
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