
Pela primeira vez com representantes no Festival de Cannes, na França, a Prefeitura de São José dos Campos aposta na ideia de que cinema não somente entretém, como pode gerar renda.
Com assentos na delegação brasileira do Ministério da Cultura, o município enviou dois representantes ao Marché du Film, principal mercado global da indústria cinematográfica, que acontece paralelamente ao festival desde a última terça-feira (13).
Segundo a Prefeitura, as credenciais foram custeadas pelo Ministério da Cultura, enquanto parte das despesas foi coberta com recursos próprios de relações institucionais.
Viagens internacionais de negócios como essa, para promover os atrativos e o potencial audiovisual da cidade, são novidade na agenda municipal, mas podem se tornar mais frequentes.
Direto da França, Tom Freitas, presidente da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR), afirmou que São José tem força suficiente para marcar presença nos grandes festivais internacionais de cinema, como em Berlim, na Alemanha, ou Portugal.
“A gente vêm discutindo muito isso e o prefeito tem sinalizado a importância dessa área, dessa economia futura. A ideia é pensar grande, entrar no setor de forma profissional”, destacou Tom, que está em Cannes ao lado da diretora de Cultura, Bianca de Aquino.
A dupla foi enviada à França encarregada de captar ideias entre os 14 mil profissionais de 140 países que participam do evento e, principalmente, de vender São José como um “destino amigo do cinema”, como definiu Tom.
Eles permanecem no Marché até o dia 21 de maio, em uma maratona de encontros com cineastas e executivos da indústria de todo o mundo, tentando incluir São José no cardápio de locações internacionais e inserir profissionais locais nessas produções.
As iniciativas integram os primeiros grandes movimentos da recém-lançada SJC Film Commission, uma comissão municipal criada para mapear profissionais do audiovisual e agilizar os trâmites para produções e gravações cinematográficas na cidade.
“Precisa sair da questão do bairro, entender que São José é uma potência tecnológica, de pesquisa, aeroespacial, e por que não de cultura também ser a referência dentro do nosso país?”, provocou Tom.
Você pode gostar de ler: Cineasta de São José vai adaptar para o cinema livro do neurocientista Miguel Nicolelis