Passado sanatorial do Vicentina é resgatado em pavilhão restaurado pelo neto de antigo paciente

Pavilhão São João recebe a partir deste fim de semana uma exposição com objetos, documentos e móveis do início do século passado

O Pavilhão São João do Parque Vicentina Aranha, um prédio com 100 anos de idade, abrigava no início do século passado os homens que não tinham condições de pagar pelo tratamento para a tuberculose.

Recém-restaurado, ele recebe a partir deste fim de semana a exposição “São João da Gente”, uma lembrança da época sanatorial, que fica aberta com monitores aos sábados e domingos das 9h às 13h e das 14h às 18h.

Há um resgate desse passado não só pela arquitetura do espaço, cuidadosamente fiel à sua origem, mas também por documentos, móveis, seringas, as camas onde descansavam os pacientes e outros objetos originais conservados.

O projeto de restauro do pavilhão foi assinado pelo arquiteto Felipe Ferri, que considera essa “a melhor obra que já fez” em seus 12 anos de parque. A satisfação profissional se mistura a um sentimento íntimo. O avô paterno de Felipe conheceu sua avó enquanto estava internado para tratar da tuberculose. Confira mais detalhes da história no vídeo abaixo:

 

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A história do Pavilhão São João

Inaugurado em 1924, o Pavilhão São João era destinado aos homens que não tinham condições de pagar pelo tratamento, na época tratados como indigentes.

Até o final da década de 30, ele possuía pouco menos da metade dos 1.200 metros quadrados que tem hoje, quando então foi ampliado para atender a demanda crescente de pacientes. Sua estrutura arquitetônica foi planejada para que pudesse ter uma boa circulação do ar e boa insolação, necessárias ao tratamento da doença.

No hall de entrada do pavilhão há uma placa em homenagem à Maria Cândida Jordão Malheiros. Pertencente à família Pacheco Jordão, notória por suas atividades na produção de cana-de-açúcar e na indústria têxtil em Itu, Maria Cândida foi casada com o médico João Baptista Malheiros e, juntos, participavam de movimentos beneficentes em favor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, então gestora do sanatório.

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