Ufa, acabou a eleição…
Depois de uma campanha disputada a ferro e fogo, Anderson Farias (PSD) foi eleito prefeito de São José dos Campos, um resultado obtido mais por seus méritos do que pelos erros cometidos pelo seu adversário, Eduardo Cury (PL), que, é preciso dizer, foram inúmeros.
Anderson soube corrigir sua campanha na hora exata e calibrou o discurso, associando a sua imagem de candidato à imagem de um governo com altos índices de aprovação. Deu “match”.
Em uma campanha pesada, raivosa e com golpes abaixo da linha de cintura de lado a lado, Anderson ganhou o direito governar a cidade pelos próximos quatro anos.
Pela alta octanagem do final do segundo turno, quando o pugilato verbal por pouco não vira briga de rua, ele terá desafios pela frente. Cabe a Anderson ter a sabedoria de optar pelo caminho inverso: baixar a fervura e governar para toda a cidade e não apenas para a fatia do eleitorado que garantiu a sua vitória.
Será esse o caminho? Isso só o tempo dirá…
Por ora, os ânimos ainda estão exaltados. De um lado, PL e PSDB anunciaram que farão oposição à nova gestão e, mesmo após a derrota, Cury não abandonou o tom belicoso que o acompanhou no segundo turno.
Do outro, o grito de “chupa”, dado pela primeira-dama, Sheila Thomaz, na festa da vitória de Anderson, na noite de domingo (27), revela o grau de animosidade do grupo do PSD frente a seus antigos aliados. Será esse o tom dos próximos quatro anos?
Pode ser, pode não ser…
Anderson Farias começa no dia 1° de janeiro de 2025 um governo para chamar de seu. Claro, boa parte da virada eleitoral em cima do PL/PSDB e parte do DNA do pacto político em torno do nome de Anderson têm as “digitais” do vice-governador Felicio Ramuth (PSD), que acampou, de mala e cuia, em São José dos Campos durante toda a campanha eleitoral.
Mas, atribuir a vitória apenas às estratégias e artimanhas de Felicio é diminuir os méritos do próprio Anderson. É bom lembrar que coube a Anderson manter o PSDB vivo na cidade durante o governo Carlinhos Almeida (PT) e que coube a ele engolir em seco a indicação de Felicio a prefeito em 2016, mesmo sabendo que, por mérito, a vaga deveria ser sua.
Mais: Anderson também foi o responsável pela coordenação política do governo Felicio. Não é pouca coisa. A dúvida, agora, é o que ele fará com um governo seu, eleito pela força das urnas.
Esse é a resposta que começa a se desenhar em poucos dias e que ficará mais clara a partir de 1° de janeiro. Tomara que não haja sustos nesse caminho.
Segue o baile…
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