De tédio, a gente não morre…
São José dos Campos está vivendo uma campanha eleitoral como há tempos não se via, com dedo nos olhos, sangue, porrada e bomba. A briga começou aditivada por duas pesquisas eleitorais que apontaram redução da vantagem de Eduardo Cury (PL) sobre Anderson Farias (PSD), ganhou força com a entrada do horário gratuito de rádio e TV e, finalmente, acelerou com as sabatinas e entrevistas que passaram a ocupar a agenda dos candidatos.
A pré-campanha, já polarizada, virou uma campanha de fato polarizada, deixando, até aqui, pouco espaço para a chamada terceira via, tenha ela que cara for – Doutor Élton (União), Wágner Balieiro (PT), Toninho Ferreira (PSTU) ou Wilson Cabral (PDT).
Essa polarização precoce provocou até um episódio inesperado, as lágrimas de Élton frente à inapetência do eleitor frente ao seu nome, isso a mais de mês do Dia D, 6 de outubro.
Mas, sem choro, nem vela, a disputa caminha para ser, de fato, um “tira-teima” entre dois grupos políticos que até tempos atrás eram um só, abrigado no PSDB. Hoje, como até a grama da praça Afonso Pena sabe, o “ninho” se fragmentou, com Eduardo Cury e Emanuel Fernandes de um lado e, do outro, Anderson Farias e Felicio Ramuth.
A questão que se impõe a ambos os lados, agora, é uma só: demonstrar ao eleitor no que, afinal, eles são diferentes? Por que Cury e não Anderson? Por que Anderson e não Cury?
Traduzindo: fora a renúncia de Felicio, rompendo o pacto de terminar seu mandato, o que separa os dois grupos que, durante anos, foi um só?

Sim, virou climão
Depois de “cabular” o debate da TV Band Vale em agosto, Cury tem buscado pontuar essa diferença na propaganda eleitoral e nas entrevistas e sabatinas.
Em entrevista à própria Band, o candidato do PL falou em dívidas do governo Anderson. O prefeito rebateu no mesmo espaço na Band, pediu provas e tenta colocar a pecha de “mentiroso” em Cury, de quem foi secretário de Transportes. Sim, virou “climão”, mas, cá entre nós, muito pouco ainda para ajudar o eleitor comum a entender o que difere o “pessoal da rua de cima” do “pessoal da rua de baixo”.
Sem isso ficar bem claro, acaba parecendo apenas e tão somente uma briga pelo poder entre “gatos” do mesmo saco.
Segue o baile…
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