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    Crônica

    Chacoalha o tempo que o som vem

    Fabrício Correia é escritor, jornalista e professor universitário. Especialista em Musicoterapia e Vibroacústica, é membro da União Brasileira de Escritores
    Autor: Fabrício Correia14 de setembro de 2025Nenhum comentário2 Minutos de Leitura
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    (Créditos: Redes Sociais)

    Era 2017, nem sonhávamos com a pandemia, no camarim do Sesc em São José dos Campos, Hermeto Pascoal estava inteiro, espalhado, como sempre: chapéu, camisa estampada, barba branca derramando-se até os teclados. O show ainda vibrava nas paredes, mas dentro daquela sala o tempo soava suspenso. Eu, então secretário de Cultura de Caçapava, carregava um presente improvável ao bruxo: uma ampulheta.

    Coloquei-a diante dele. Disse apenas: seu novo chocalho.

    Hermeto sorriu. Virou o objeto nas mãos, como quem já o escuta antes mesmo de tocá-lo. Respondeu com a frase que ficou: chacoalha o tempo que o som vem.

    Foi uma chave. A areia deixava de medir minutos, passava a produzir música, mesmo escorrendo silenciosamente. Ali, compreendi que o tempo não é régua de nada, apenas instrumento.

    Voltei a encontrá-lo em agosto do mesmo ano, numa aula-espetáculo em Taubaté. Diante de jovens, mostrou que música não mora apenas no piano ou no saxofone, mas no vento, na chaleira, no gesto do corpo, no silêncio que se quebra. Hermeto nunca inventou: apenas revelou. Descobrindo sons escondidos, libertando-os do cotidiano e provando que até o banal pode virar sinfonia.

    Depois vieram outros shows, outros encontros, e sempre a mesma revelação: a música é maior que a partitura.

    Naquele instante no camarim em São José, percebi também a delicadeza de Hermeto diante de tudo. Sempre soube que a música está à espreita em qualquer forma, e por isso transforma o gesto em diálogo. Hermeto, com sua frase curta, mostrou para mim que a vida não deve ser contada em segundos, mas em ritmos. Não se trata de esperar a areia cair, mas de fazer dela movimento, som, invenção.

    Ontem quando soube de sua morte, lembrei desse encontro, e revendo o instante sinto que não levei um presente, recebi um. A ampulheta, em suas mãos, deixou de ser um objeto de mesa e se tornou um manifesto contra a mesmice. Espontaneamente me ensinou que a arte não se curva ao relógio: cria seu próprio tempo. Volto à frase que ecoa simples e definitiva. Não como metáfora, mas como método de vida: chacoalha o tempo que o som vem.

    Confira: Morre aos 89 anos o músico Hermeto Pascoal, ícone da música brasileira

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