Os últimos dias em Miami têm sido quentes de suar o bigode. A sensação térmica tem flertado com os 35°C, mas não há calor que tenha impedido os torcedores brasileiros de se aglomerar e fazer festa nos Estados Unidos durante essa Copa do Mundo de Clubes, que parece ter vindo para relembrar que o Brasil é realmente o país do futebol.
No último domingo (22), centenas de torcedores do Palmeiras tomaram as ruas com camisas, bandeiras e bonés verdes. “Em todo lugar você encontra palmeirense aqui”, disse o advogado Fabio Asdente, um desses torcedores apaixonados que viajou para acompanhar o time do coração.
Ele saiu de São José dos Campos com o objetivo de assistir ao dramático empate entre Palmeiras e Inter Miami, o time da casa e do Messi, nesta segunda (23).
O 2 a 2 que veio no apagar das luzes garantiu a classificação do Alviverde para as oitavas de final contra o Botafogo, no próximo sábado (28), às 13h (horário de Brasília). O calor, teme Fabio, deve ser uma ameaça tão real à classificação quanto o adversário, atual campeão da Libertadores.
“Tá muito quente. É desumano jogar futebol ao meio-dia. Então acho que o Palmeiras vai sofrer um pouco com o preparo físico, mas vamos torcer”.
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Acompanhar a decisão não será possível, mas Miami rendeu outras grandes experiências ao advogado, que assistiu também à vitória do Bayern de Munique sobre o Boca Juniors, reencontrou parentes, um amigo de infância e, cumprindo seu papel de turista, aproveitou para passear.
O esquenta para a partida ele fez na Casa Palmeiras, uma base para a recepção de fãs montada pelo clube no bairro de Wynwood, considerado um dos mais descolados de Miami. Trata-se de um distrito de arte famoso por seus murais ao ar livre, onde uma seita cool que vibra agora também por futebol adotou Lionel Messi como divindade.
“Todos eles estavam com a camisa do Inter Miami, sempre a do Messi, né? Foi impressionante. Eles amam o Messi. Aqui eles têm a Messimania, eles são apaixonados pelo Messi”, brincou Fabio.
Apesar de multicultural, a população local não parecia ter surfado na onda do Mundial, pelo que pôde sentir o joseense. Isso até ontem (23), quando viram Messi e companhia jogando em casa e garantindo presença na próxima fase da competição.
A experiência no Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins no futebol americano, foi algo que chamou a atenção. Se em grande parte das competições no Brasil não há muita cerimônia nos jogos, nessa copa de clubes a Fifa bebeu na fonte do show biz norte-americano. “É um espetáculo”, definiu Fabio.
Talvez a maior novidade tenha sido a entrada dos jogadores em campo, sem as filas indianas normalmente puxadas pelos capitães dos times. Este capítulo dos jogos virou um show à parte, mais compatível com o que os norte-americanos chamam de “soccer“.
Em Miami, como em Nova Jersey ou Nova York, os 22 jogadores titulares vão à campo individualmente, com seus nomes e números gritados nos alto falantes potentes dos estádios.
“O jogo da Copa do Mundo de Clubes é diferente. Já começa pela entrada dos jogadores. Eles fazem como se fosse aquele jogo de basquete da NBA: entra um por um, apagam as luzes… é bem diferente.”