O Brasil vive um momento de transição no que se refere ao uso de combustível para mover a frota de veículos automotores. O crescimento dos carros elétricos e o avanço que a China proporciona com essa tecnologia, assusta os fabricantes tradicionais e provoca decisões às vezes intempestivas. Várias montadoras tomaram a decisão de acabar com a produção de motores a combustão, mais recentemente, com a retração no mercado de veículos elétricos, voltaram atrás nessa decisão.
O Brasil possui fontes limpas para abastecimento de veículos. Além do etanol, que reduz drasticamente as emissões pelos escapamentos dos automóveis, temos abundância de energia produzida por hidroelétricas, além do crescimento expressivo na geração de energia eólica e a solar.
Ainda assim – e mesmo com o apoio do governo em busca da descarbonização, com o programa Mover – o setor vive um período de indecisão sobre que atitude tomar no próximo período.
Diante disso, os fabricantes instalados no Brasil, através da sua associação Anfavea, fizeram um estudo sobre a descarbonização e apresentam ao vice-presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, no início de setembro.
O estudo será apresentado também na COP, a Conferência das Partes da ONU, que discute as mudanças climáticas, que será realizada este ano no Azerbaijão (em 2025 a COP será no Brasil, em Belém, no Pará).
O setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa 13% das emissões totais do Brasil e esse número poderá chegar a 256 milhões de toneladas em 2040 se o ritmo atual de crescimento for mantido.
Para reduzir as emissões, a indústria calcula que precisa intensificar o uso das novas tecnologias de propulsão e ampliar o consumo de biocombustíveis, o que poderia significar uma redução de 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos, ou seja, uma redução média de 187 mil toneladas por ano.
O problema é que, para que isso aconteça, será preciso que indústria e governo criem situações que dificilmente se tornarão realidade em curto e médio prazo. Das quatro medidas descritas pelos fabricantes como necessárias para atingir os objetivos descritos, uma delas, o amento do poder calorífico dos biocombustíveis, pode ser a mais plausível. Outra, a inspeção veicular, pode se tornar realidade dependendo da vontade política do governo. Já se tentou esse programa há alguns anos, e o projeto não vingou, mas nada impede de se retomar a inspeção, o que reduziria as emissões dos carros que estão rodando por aí com motor desregulado e sem manutenção.
Mas as outras duas medidas – renovação da frota e a reciclagem dos veículos – ainda soa como um sonho distante.
A primeira pela total impossibilidade financeira: a renovação da frota pressupõe tirar de circulação veículos com mais de 30 anos e fazer o governo subsidiar a compra do novo. Onde o governo vai arrumar dinheiro para um projeto tão audacioso, e caro? A indústria quer o subsídio do governo, mas reclama do pagamento de impostos. Uma incoerência. Todo o dinheiro que o governo usa para os benefícios que a indústria reclama vem da arrecadação de impostos!
Já a reciclagem está mais distante ainda. A Europa já recicla veículos há décadas, a tecnologia existe, mas a implantação dela é cara e até hoje ninguém se animou a levar a reciclagem a sério.
Como esperar uma atitude desse tipo de uma indústria que não recolhe e muito menos recicla nem mesmo garrafas pet que transformam os oceanos em depósitos de lixo? E o que esperar do poder público que, com raras exceções, não tem um programa de separação, recolhimento e destinação correta dos resíduos caseiros?
Os fabricantes de veículos alertam que o sucesso do programa depende do envolvimento de um ecossistema abrangente, que inclui a cadeia de fornecedores. É preciso incrementar a infraestrutura de recarga, a geração e distribuição de energia e a ampliação da produção de biocombustíveis, o que, segundo o estudo da Anfavea, poderá fazer com que a venda de veículos híbridos e elétricos leves ultrapasse a de veículos a combustão até o fim desta década, atingindo 1,5 milhões em 2030 e chegando a 90% em 2040.
É esperar pra ver!
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