Edival Pontes, o Netinho, foi o único brasileiro medalhista do taekwondo nas Olimpíadas de Paris.
Detalhe que provavelmente poucos sabem é que ele foi acompanhado por uma joseense para receber o emocionante bronze conquistado após derrotar o espanhol Javier Pérez Polo na disputa do terceiro lugar.
NETINHO, A MEDALHA É DE BRONZE, MAS VOCÊ VALE OURO 🏆🥹🏆🥹🏆🥹🏆🥹 #GlôNasOlimpíadas #JogosOlímpicos #Paris2024 pic.twitter.com/LcolVdYlcF
— TV Globo 📺 (@tvglobo) August 8, 2024
Camila Klimas, de 27 anos, é quem teve essa sorte. Ela foi voluntária do taekwondo nos Jogos Olímpicos e levou Netinho até o espaço onde os atletas esperavam para seguir ao pódio no deslumbrante Grande Palais, prédio construído em 1900 e onde também aconteceram as competições da esgrima.
Apesar de não aparecer nas câmeras, o momento ficou guardado no coração e uma foto com o lutador brasileiro ajuda a recordar.
Formada em Textil e Moda pela USP (Universidade de São Paulo), ela foi para a França há dois anos fazer intercâmbio, mas pensava em viver as Olimpíadas há muito tempo.
“Faz um ano que eles abriram as inscrições. Eu já tinha esse plano quando vim para a França, no final da pandemia. Eu passei a pandemia bem trancada, queria muito viajar depois. Eu não consegui participar das Olimpíadas do Rio porque estava na faculdade. Mas aí falei, ‘Por que não, gente? Eu aprendo fancês, vou para a França e vou lá voluntariar'”.
Em junho do ano passado Camila já preparava documentação para enviar à organização dos Jogos Olímpicos. É um processo extenso, composto por várias fases e formulários com perguntas do pé à cabeça. “Uma das perguntas era se eu já feito algum esporte, participado de algum evento esportivo”, lembra.
A jovem respondeu mencionando taekwondo, modalidade que praticava em São José, e foi chamada para isso. Depois da convocação vieram os treinamentos, disponibilizados primeiro online, e depois uma fase presencial. “Era mais para conhecer o local. Foi bem tranquilo, muito bom, a galera muito simpática.”
Os voluntários obviamente não recebem para trabalhar e também não ganhavam alojamento, “uma coisa que poderia melhorar” diz Camila. Quem quisesse participar, devia arranjar um lugar para ficar em Paris. A joseense foi acolhida por uma amiga na capital francesa durante a competição.
A alimentação quem bancava era a organização, mas era tudo simples. Os voluntários tinham direito à um kit de refeição do Carrefour, ou um sanduíche ou uma salada, acompanhados por “snacks” à vontade (compotas, biscoitos, frutas e café).
Os voluntários também receberam uniformes de trabalho e uma série de outros itens. Confira:
Camila teve pouco tempo de competição. Onde mais trabalhou foi no Parque Esportivo Auguste Delaune, lugar em que os atletas aqueciam e treinavam. Fica em uma comuna chamada Saint-Denis, a uma hora ao norte de Paris. Lá também era onde o atletismo e judô se preparavam.
O ginásio foi cedido pelo município de Paris às delegações. No entanto, os países mais endinheirados – caso da própria França, Brasil e Estados Unidos – montaram seus centros de treinamento em outros locais. No Auguste Delaune, treinaram países como Fiji, Gabão, Macedônia e Papua Nova Guiné.
A delegação de Israel foi outra que treinou por lá, mas era um caso à parte. Os treinamentos eram pesados, as sessões fechadas e os atletas acompanhados por policiais o tempo todo. “Era estranho, tinha policiais fazendo a guarda, outros no teto do edifício. E os atletas eram muito sérios”.
O voluntariado começou uma semana antes do início das disputas do taekwondo, então a maior parte das delegações sequer havia aparecido pela França. No primeiro dia de trabalho havia apenas um atleta do time de refugiados, Kasra Mehdipournejad.
A joseense seguiu o lutador no Instagram, coisa que fez com vários deles, e Kasra até assistia seus stories durante a competição. “Eu fiquei com vergonha, ele não entendia nada, mas enfim. Eu fazia stories reclamando da organização”, riu.
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Camila usou o perfil pessoal para compartilhar com amigos as fofocas e bastidores do que via nas Olimpíadas, coisa de brasileiro.
“O que eu mais queria era ver de perto como os atletas se preparavam, talvez bater um papo. No fim, estar no local onde eles treinavam somente, eles tavam bem relaxados. Eu batia papo com treinador, atletas, às vezes rolava trocar um pin, fiquei amiga da galera de Fiji e Papua Nova Guiné, eram as delegações mais ‘da hora’.”
Os voluntários eram separados em dois turnos: manhã/tarde e tarde/noite. “Fiz quase tudo de manhã, geralmente das 8h às 15h”, conta Camila.
A rotina do pessoal era atualizada diariamente. Ao chegar, havia um cronograma das delegações que treinariam no dia. Eram quatro dojos, que poderiam ser divididos para até dois países treinarem juntos.
“Os Estados Unidos, por exemplo, dividiram com o Níger porque os treinadores se conheciam”. Apesar de terem local próprio, os norte-americanos foram treinar no Auguste Delaune umas quatro vezes e definitivamente impactaram a joseense. “Eles tinham uma aura diferente, tudo deles tinha um borogodó”. Camila lembra que eles pareciam tão à vontade quanto em casa.
A cada meia hora um dos voluntários de cada modalidade tinha que ir ao lado de fora do ginásio esperar o ônibus que chegava com atletas da Vila Olímpica. As delegações marcavam horário para os treinos e não poderiam aparecer a qualquer hora para praticar.
“Muitas vezes tinha horário fechado para uma delegação e ela não aparecia”. A delegação de taekwondo do Brasil foi uma das que marcou e não foi. Tudo era registrado pela organização: modalidade, horário de chegada, quantidade de atletas.
Quatro voluntários ficavam em cada dojo para poder lidar com os equipamentos. Os lutadores do taekwondo usam proteções por todo o corpo, algumas delas com sensores eletrônicos para contabilizar os pontos.
Parte da equipe ficava encarregada só desses equipamentos eletrônicos: capacetes, meias e coletes (que protegem o tórax). A outra parte cuidava do restante, como protetores bucais, de antebraço e caneleiras.
“A gente emprestava capacete eletrônico e tórax eletrônico para eles testarem a pressão que tinham que colocar num golpe para marcar ponto. Eles já vem preparados e treinados do país deles. Mas a cada Olimpíadas esse sistema muda um pouco, então eles vinham saber qual a potência deviam usar para marcar os pontos”, explicou.
Após o treino, os equipamentos eram entregues e higienizados pelos voluntários. Os atletas eram rigorosamente acompanhados até o vestiário e depois à saída porque Auguste Delaune é um labirinto. “Não tinha como falar vai aí que ‘cê’ vai encontrar (risos). Eu trabalhei lá por duas semanas e ainda me perdia”.
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