O governo brasileiro oficializou o reconhecimento do jornalista Vladimir Herzog como anistiado político nesta terça-feira (18).
O reconhecimento ocorre às vésperas dos 50 anos do assassinato de Herzog, ocorrido em outubro de 1975 durante a ditadura militar brasileira.
A medida é uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e assegura à viúva Clarice Herzog uma indenização mensal vitalícia de R$ 34.577,89.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e atende a uma determinação da Justiça Federal, que, no início de fevereiro, concedeu a indenização por meio da 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal.
O jornalista era diretor de jornalismo da TV Cultura quando foi convocado por militares para prestar depoimento. No dia 25 de outubro de 1975, compareceu espontaneamente à sede do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI/SP), na Vila Mariana, em São Paulo.
No local, foi torturado e assassinado. As autoridades militares forjaram uma cena de suicídio, conhecida devido à famosa foto tirada pelo jornalista Sivaldo Leung Vieira.
Na missa de de sétimo dia, realizado na Catedral da Sé, mais de 8 mil pessoas compareceram em protesto contra a violência do regime. O caso se tornou um dos símbolos da luta contra a ditadura e pela redemocratização do Brasil.
Nascido em Osijek, então parte da Iugoslávia (atualmente Croácia), em 27 de junho de 1937, Herzog e sua família fugiram do nazismo para a Itália em 1941. Em 1946, imigraram para o Brasil, estabelecendo-se no Rio de Janeiro antes de se mudarem para São Paulo.
Herzog se formou na Universidade de São Paulo (USP), onde conheceu sua futura esposa, Clarice Ribeiro Chaves.
Sua carreira jornalística começou em 1959, no jornal O Estado de S. Paulo, cobrindo eventos marcantes como a inauguração de Brasília e a visita de Jean-Paul Sartre ao Brasil. Ao longo dos anos, passou por diversos veículos de comunicação, incluindo a TV Excelsior, a Revista Visão e a BBC de Londres.
Além do jornalismo, também se dedicou ao cinema, colaborando em documentários como “Subterrâneos do Futebol” e “Viramundo“.
Em setembro de 1975, assumiu a direção de jornalismo da TV Cultura, posição que ocupava quando foi detido e morto pelos militares.
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Em 24 de outubro, militares haviam procurado o jornalista na emissora para prestar depoimento sobre as ligações que ele mantinha com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). O próprio Herzog combinou que estaria disponível para o interrogatório na manhã do dia seguinte.
No dia 25, Herzog compareceu espontaneamente para depor na sede do DOI-CODI, na rua Tomás Carvalhal, nº 1030, no bairro do Paraíso, em São Paulo. No local, foi torturado e assassinado.
Vladimir Herzog ficou preso com mais dois jornalistas: George Duque Estrada e Rodolfo Konder.
Pela manhã, em depoimento, ele negou qualquer ligação com o PCB. A partir daí, os outros dois jornalistas foram levados para um corredor, de onde puderam escutar uma ordem para que se trouxesse a máquina de choques elétricos.
Para abafar o som da sessão de tortura, um rádio foi ligado com som alto. A versão oficial da época, apresentada pelos militares, foi de que Vladimir Herzog teria se enforcado com um cinto – visto na foto de Sivaldo Leung Vieira.
Posteriormente, o fotógrafo confessou a farsa e revelou que a imagem foi uma mentira contada pelos militares durante a ditadura.
A morte de Vladimir Herzog evidenciou a brutalidade da ditadura e intensificou a pressão pela redemocratização do Brasil.
Seu nome permanece até hoje como um dos mais fortes símbolos da luta pela liberdade de imprensa e pelos direitos humanos.
A família e amigos de Vlado, como era conhecido, criaram em 2009 o Instituto Vladimir Herzog, que promove iniciativas voltadas à defesa da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão.
Fontes: Agência Brasil e Instituto Vladimir Herzog
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