
Dois escritores do Vale do Paraíba brilharam na 67ª edição do Prêmio Jabuti, o mais importante reconhecimento da literatura brasileira.
Daniel Munduruku, de Lorena, e André Kondo, de Taubaté, foram os vencedores em suas categorias na cerimônia realizada nessa segunda-feira (27), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A edição deste ano recebeu mais de 4,5 mil inscrições de obras nacionais.
“Estações” — Daniel Munduruku
O escritor e professor Daniel Munduruku, representante do povo Munduruku, conquistou o prêmio na categoria Livro Infantil com a obra “Estações” (Editora Moderna), em coautoria com a ilustradora Marilda Castanha.
O livro aborda os ciclos da vida e da natureza, temas recorrentes no trabalho do autor, que já publicou mais de 65 títulos e é formado em Filosofia, História e Psicologia.
Esta é a terceira vez que Munduruku vence o Jabuti — ele também levou o prêmio em 2005 e 2017.
“O Silêncio de Kazuki” — André Kondo
Já o taubateano André Kondo venceu na categoria Livro Juvenil com “O Silêncio de Kazuki” (Telucazu Edições), ilustrado por Alessandro Fonseca.
A obra fala sobre a relação entre pai e filho e a busca por reconciliação diante de uma doença grave. Kondo, que trocou a carreira em Administração pelo sonho de ser escritor, é autor de 19 livros e acumula mais de 300 prêmios literários. Foi a segunda vez que chegou à final do Jabuti — a primeira foi em 2015.
Pelo Instagram, na última semana, ele fez um post celebrando a chegada à final da premiação e relembrando uma matéria de 2008 sobre o lançamento de seu primeiro livro, “Além do Horizonte”, publicada pelo jornal Diário de Taubaté, que dessa vez dedicou duas páginas de seu caderno ao escritor.
Você pode gostar de ler: Mauricio de Sousa: 90 anos de um Brasil desenhado à mão livre
Finalistas do Vale do Paraíba
Outros dois representantes do Vale também chegaram à final, mas não levaram o prêmio. O escritor e professor Tiago Feijó, de São José dos Campos, foi finalista na categoria Contos com “Breve inventário de pequenas solidões” (Editora Penalux). O vencedor da categoria foi “Dores em salva”, de Elimário Cardozo (Editora Patuá).
O fotógrafo Ricardo Martins, natural de São José dos Campos e morador de Ubatuba, disputou na categoria Artes com “Os Últimos Filhos da Floresta” (Editora Nômades), que retrata o cotidiano do povo Yanomami. O prêmio ficou com “Thomaz Farkas, todomundo” (Editora Instituto Moreira Salles). Ricardo já havia vencido o Jabuti em 2012, na categoria Fotografia, com o livro “A Riqueza de um Vale”.
Fotógrafo passou por ‘tribunal indígena’ para produzir livro no interior de aldeia Yanomami