
A criatividade dos criminosos para enganar a população não para de crescer. De fraudes simples em bilhetes de loteria a esquemas sofisticados pela internet, os golpes estão cada vez mais frequentes e bem planejados. A Polícia Militar compartilhou um conjunto de dicas de prevenção dos golpes mais comuns atualmente.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, o Brasil registrou 2.166.552 casos de estelionato em 2024, o que equivale a uma taxa de 1.019,2 golpes por 100 mil habitantes. Desde 2018, esse tipo de crime acumula um crescimento de 408%. O estudo também aponta para uma “migração do crime do real para o virtual”, caracterizando uma epidemia de fraudes e alertando para a baixa capacidade do sistema de Justiça em processar esses casos, o que aumenta a sensação de impunidade
Conheça a seguir alguns dos golpes que mais têm sido registrados recentemente e saiba como se proteger.
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Bilhete premiado
Um dos golpes mais antigos ainda faz vítimas. Criminosos, bem vestidos e em carros novos, abordam a pessoa dizendo ter um bilhete de loteria premiado, mas alegam não poder retirar o prêmio. Eles oferecem uma troca — geralmente pedem dinheiro em espécie ou transferência em troca do bilhete falso.
Como evitar: recuse a oferta, não dê informações pessoais e afaste-se. Se possível, procure uma viatura policial próxima.
Falso sequestro
Um dos mais comuns, onde criminosos ligam afirmando que um parente foi sequestrado e exigem transferência imediata de dinheiro. Para aumentar o medo, usam sons de choro ou gritos.
Como evitar: desligue o telefone imediatamente. Caso esteja com o criminoso na linha e não consiga encerrar a ligação, anote a situação em um papel e peça a alguém próximo para ligar para o suposto sequestrado e confirmar se está tudo bem.
Parente com carro quebrado
Nesse golpe, a vítima recebe uma ligação ou mensagem de alguém fingindo ser parente ou amigo, dizendo estar com o carro quebrado e pedindo dinheiro para o conserto ou para um guincho.
Como evitar: desligue e entre em contato diretamente com o verdadeiro parente pelo número que você já tem salvo.
Falsa clonagem de cartão bancário
O criminoso se passa por funcionário do banco e informa que o cartão foi clonado, pedindo dados pessoais ou orientando a acessar um site falso para “atualizar informações”.
Como evitar: nunca forneça senhas ou códigos por telefone. Vá pessoalmente até a agência bancária ou utilize o aplicativo oficial do banco para verificar qualquer problema.
Intermediador de venda
Muito comum em plataformas de compra e venda, o criminoso se oferece para intermediar o negócio e desaparece após receber o pagamento.
Como evitar: mantenha o diálogo direto entre comprador e vendedor, tire todas as dúvidas e só faça transferências para a conta do verdadeiro titular do produto.
WhatsApp hackeado
Golpistas invadem ou clonam contas do aplicativo e pedem dinheiro a amigos e familiares da vítima. Em muitos casos, eles enviam mensagens pedindo o código de seis dígitos enviado por SMS, que permite o acesso à conta.
Como evitar: ative a confirmação em duas etapas no WhatsApp e jamais compartilhe o código de verificação.
Falso boleto
Os criminosos enviam boletos com dados adulterados por e-mail, WhatsApp ou aplicativos, desviando o pagamento para contas de laranjas.
Como evitar: antes de pagar, confira no aplicativo do banco se os dados do beneficiário, o valor e a data de vencimento correspondem ao que está no boleto.
Sites falsos
Fraudadores criam páginas idênticas a lojas virtuais conhecidas, oferecendo produtos com preços muito abaixo do mercado. O objetivo é roubar dados ou receber o pagamento sem entregar nada. Atualmente também é muito comum que estes golpistas usem de Inteligência Artificial para se passar por pessoas famosas, empresários e autoridades.
Como evitar: verifique o endereço eletrônico no navegador, pesquise a reputação da loja e prefira aplicativos oficiais.
Falsos fiscais
Criminosos se passam por fiscais do Procon ou da Receita e oferecem mercadorias apreendidas a preços muito baixos.
Como evitar: fiscais verdadeiros não fazem negociações fora das instituições. Mercadorias apreendidas só podem ser adquiridas em leilões oficiais.
Falso namorado
Muito presente em redes sociais e aplicativos de relacionamento, o criminoso cria um vínculo emocional e, depois de ganhar a confiança da vítima, pede dinheiro para resolver supostos problemas ou para marcar um encontro.
Como evitar: antes de confiar, encontre a pessoa em local público e nunca faça transferências de dinheiro para alguém que você só conhece virtualmente.
Fique de olho!
A polícia reforça que a principal arma contra esses crimes é a desconfiança. “Nenhum órgão oficial pede senhas ou pagamentos fora de seus canais. Sempre confirme informações antes de agir”, orienta a corporação.
Entre as recomendações gerais, especialistas destacam:
- Desconfiar de urgências e ofertas muito vantajosas.
- Nunca fornecer dados pessoais por telefone ou redes sociais.
- Utilizar apenas canais oficiais para transações bancárias.
- Conversar com familiares ou amigos antes de tomar decisões.
Em caso de suspeita ou tentativa de golpe, a orientação é registrar um boletim de ocorrência e, quando houver movimentação financeira, comunicar imediatamente o banco para tentar bloquear a transação.