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    Monetizar segredos

    22 de agosto de 2025Nenhum comentário6 Minutos de Leitura
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    Monetizar segredos
    O que Sobra, 1974, Anna Maria Maiolino (Créditos: Fotopoemação)

    Gradulf Baltazar se transformou numa grande farsa.

    Decidiu revelar segredos acumulados por anos pela excelente escuta que sempre soube ter.

    Achava uma honra e um fardo ocultar segredos, um ato de confiança com risco de condenação, vai que escapa sem querer.

    Assim se justificam os fofoqueiros, traíras, lambisgoias, alcoviteiros, etc.

    Fofoca não é crime.

    “O ato de fofocar, por si só, não é considerado crime, pois não é tipificado na lei penal. Contudo, caso a maledicência em seu teor acuse alguém de ter cometido um delito; ou ofenda a honra de outrem; ou até mesmo adjetive o próximo de forma degradante, aí sim o portador da intriga estará cometendo um crime.” (JUS Brasil)

    Calúnia, difamação, injúria e os crimes cibernéticos (fake news) já são tipificados.

    Leia mais: Não precisamos de um Messias Tecnológico  

    Voltemos ao portão na calçada

    Avisou por WhatsApp aos amigos e conhecidos — “arde aqui uma fome de ver o circo pegar fogo, ver todos verdadeiramente indignados, reconhecendo minha nova índole com comentários sórdidos se sentindo traídos naquilo que me confiaram. Suspeito que serei cancelado”.

    Ele não mentiu, foi capaz de guardar os segredos até aqui, 2025.

    Nem sempre os segredos chegaram para Gradulf Baltazar pela boca dos seus donos.

    Sua facilidade de transitar de grupos em grupos somada à sua excelente audição lhe conferiram o status de um guardião “de fatos” respeitado.

    Ele tem o chamado ouvido de tuberculoso, expressão dos anos 1940, que nominava os doentes pelo bacilo de Koch. Diziam que o fato de ficarem isolados em silêncio aumentava suas capacidades auditivas. “Óbvio que essa expressão nasceu em São José dos Campos no Sanatório Vicentina Aranha“, concluía Gradulf.

    Ele mudou, pro bem e pro mau também.

    E o que ouviu na praça ou na intimidade usará em benefício próprio daqui pra frente.

    Nunca é tarde para correr novos riscos em experiências que antes até abominava.

    “Ne nuntium necare”

    “Não mate o mensageiro“. Segundo a história, um rei da Pérsia que sucumbiu ao exército de Alexandre, O Grande mandou matar o mensageiro que o preveniu. Outros tiranos mandavam cortar a língua do mensageiro. Num império de analfabetos o silêncio está garantido, porém, hoje falamos até com os olhos e nenhuma mensagem está segura, por isso, deter informações se tornou o grande poder.

    Gradulf começou então a simular situações para se valorizar mais, afinal ter tanta informação assim desmonetizada é um desperdício contemporâneo.

    E o que ele pediria em troca do silêncio? Pix!

    Tantos anos de fidelidade em troca de dinheiro seria abominável, confuso e justo.

    Uma vez revelado, qualquer segredo hoje em dia ele vira líquido, lembrando Zygmunt Bauman, se infiltra por todos os poros do mundo. E como bem sabemos lá da época do telefone sem fio: quem conta um conto aumenta um ponto. É aí que a fofoca se liberta e a confiança entra em colapso.

    Uma caderneta imaginária

    Supondo que pedisse 5 mil reais pelo silêncio sobre um segredo e depois 3 mil para um outro, certo dia essas pessoas se encontram e trocam essa informação.

    “Se você pagou mais, seu segredo deve ser mais valioso“. Imaginem se sentir desvalorizado mesmo chantageado? E o outro se achará mais explorado. Não. Nada de pix.

    Até para perder a ética é preciso dignidade. Ou seria o contrário?

    Optou por malas lotadas de notas azuis, aquelas com o desenho da garoupa do litoral brasileiro estampada por calcografia, um processo em matriz de metal que permite a inclusão de elementos em relevo.

    O chamado dinheiro vivo lhe pareceu mais seguro, sem provas de depósitos, transferências e talvez o chantageado tenha vergonha de comentar com as outras vítimas. Dólares, nem pensar.

    Definido como seria o merecido pagamento, Gradulf Baltazar iniciou uma lista, separou por temas e pela importância das atuais personalidades. Segredos de 20, 10 anos atrás hoje podem estar mais valiosos e outros não fazem mais sentido.

    Leia mais: Pedrinhas para Narciso

    Pimenta nos olhos dos outros

    WhatsApp enviados, tensões nos grupos, ninguém se autodeclarou uma das vítimas.

    Entre amigos, colegas, homens, mulheres, tios e tias, todos desconfiam de todos e temem.

    Ameaçados num grupo de WhatsApp, o lugar sagrado das informações verídicas.

    E não demorou para concluírem que realmente o rei persa tinha razão — é preciso eliminar o mensageiro.

    Alguns segredos mais picantes acendem a chama da curiosidade antecipando etapas na imaginação. Sórdidos detalhes se acrescentam nos grupos. Muitos segredos são tão similares que podem se encaixar até “naquele” que você não contou pra ninguém até hoje.

    Calma, a Siri está desligada.

    Baltazar considerava que sua maior virtude estava no fato de que seus segredos estavam muito bem guardados, com o padre até seus 12 anos e depois com seu psicanalista. Segredos pela lente do pecado não estão muito valorizados atualmente, já os do divã confirmariam a frase de Freud: “nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos“.

    Revelada a dispendiosa viagem internacional de certa autoridade que viveu maravilhas nessas terras estrangeiras, encantado quase imaginou os benefícios que poderiam trazer tais referências para seu território. Mas não alcançou tal virtude e manteve a perspicácia do ignorante útil.

    Já outro foi visitar terras distantes, onde falavam uma língua que ele desconhecia. Se considerarmos que falar vale prata, mas o silêncio vale ouro, o prejuízo não foi assim imenso.

    Segredo mesmo foi revelar que o filho de 15 anos daquele gerente do Banco do Brasil na verdade era filho do dono da banca do Mercado Municipal. Alguns desconfiavam, pois o jovem tinha um redemoinho bem na frente da sua cabeleira preta tal qual seu genitor.

    Na casualidade inocente de uma conversa se ficava sabendo pelo porteiro do prédio que o tio puritano do zap aguardava visitas de robe de chambre e pantufas de pompom. Isso, sim, era um segredo de arregalar os olhos. Agora, uma câmera de vigilância que expõe um pastor no cyber world de calcinha azul e peruca loira não é segredo pra ninguém.

    Escândalos amorosos, traições, abusos infantis, obscenidades, violências domésticas, roubos de toda ordem, difamação, assassinatos, maletas de dinheiro e um enorme leque de fraudes se procriam online e podemos assistir ao vivo e em cores. Superamos uma etapa civilizatória, todos os mensageiros foram mortos.

    Gradulf Baltazar, está difícil monetizar com os seus segredos naifs.

    Artista – Anna Maria Maiolino

    Anna Maria Maiolino (Scalea, Itália, 1942). Gravadora, pintora, escultora, artista multimídia e desenhista. Por meio de uma obra com viés político e provocadora, Maiolino investiga diferentes materiais e explora diversos meios de expressão, como a xilogravura, a fotografia, o filme, a instalação…

    Anna Maria Maiolino, 1976, Por um Fio (Créditos: Fotopoemação)
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    * A opinião dos nossos colunistas não reflete necessariamente a visão do portal spriomais.

    Pitiu Bomfin

    Pitiu Bomfin

    Artista plástica, curadora e educadora. Formada em Desenho Industrial pela FAAP / SP com pós graduação em Artes Plásticas pela ECA/USP e estudos em Arquitetura.
    Realiza trabalhos de curadoria além de cenografias e figurinos para grupos de teatro.
    Sua pesquisa artística envolve a fotografia, a pintura e processos gráficos muitas vezes utilizando referencias icônicas da historia da arte.
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