
Tenho dito isso desde o ano passado: existe um divórcio entre o ex-deputado Eduardo Cury (PL) e o eleitor bolsonarista de São José dos Campos.
O capítulo mais recente dessa relação conturbada ocorreu na manhã do último domingo durante manifestação pró-Bolsonaro na frente do Parque Vicentina Aranha, área nobre da cidade.
Em cima do caminhão de som e ao lado de diversas lideranças de direita, Cury discursou ao som de vaias e apupos. “Fora, Cury”, gritou, em alto e bom som, boa parte da multidão vestida de verde e amarelo, formada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e adeptos da anistia a ele e aos implicados na tentativa de golpe de 8 de janeiro.
Pois é…
Agora, até as galinhas d’angola do Vicentina já estão sabendo desde as vaias de domingo: atual presidente do PL de São José dos Campos e trabalhando na Liderança do partido em Brasília, ao lado do senador Rogério Marinho, Cury ainda não conseguiu conquistar o eleitor bolsonarista de São José dos Campos.
Esse fenômeno foi registrado em 2024 (escrevi sobre isso mais de uma vez) e continua em 2025, aparentemente em viés de alta.
Na mudança do PSDB para o PL, em 2024, para se candidatar a prefeito, com a simpatia de Valdemar da Costa Neto, Cury esbarrou em seu passado avesso a Bolsonaro em diversas votações como deputado federal.
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Hoje, sua ausência nas redes sociais e a falta de um discurso efetivo em defesa de Bolsonaro, anistia e todo mantra conservador o impedem de conquistar o apoio dos adeptos do ex-presidente.
Escutei de muita gente conservadora nos últimos dias: se quiser realmente chegar à Câmara Federal no pleito de 2026, Cury vai precisar dar uma guinada à direita e sair de cima do muro.
Vai dar?
Não sei, mas, muita gente alinhada ao governo Anderson Farias (PSD) está apostando que, talvez, Cury nem saia candidato no ano que vem. Será? Não sei, só o tempo vai nos dar essa resposta.
Segue o baile…