Esse texto é sobre mulheres que viajam sozinhas — um assunto que pode parecer repetitivo, mas que continua sendo extremamente necessário para nós, mulheres, que escolhemos colocar o pé na estrada sozinhas. Não venham nos dizer que é perigoso ou que não devemos ir. Porque nós vamos. Sozinhas!
Conheci lugares lindos. Também conheci pessoas incríveis, mesmo estando sozinha. Já me hospedei em Airbnb, em hostel, mochila nas costas, e mesmo passando por alguns perrengues, a pergunta sempre volta: qual será a próxima partida?
Em 2016, dei uma volta completa no Lago de Annecy: 50 km de bicicleta emprestada. Sozinha. Conheci várias cidades. Sozinha. Pedalei por Paris, Grenoble, Lyon. Caminhei quilômetros pela França. Sozinha.
Todo ano faço questão de realizar pelo menos uma viagem sozinha. Muitas vezes ouvi: “Não diga que está sozinha, fale que vai encontrar um namorado ou marido.” Olha que triste ouvir isso.
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Claro que precisamos de certos cuidados. Infelizmente, temos que estar sempre atentas — somos mulheres e, sim, somos mais vulneráveis. Mas nunca nos digam para não ir. Porque nós vamos.
Somos Julianas, Julietas, Marias e todas as mulheres que querem conhecer o mundo — mesmo sabendo que muitas de nós ainda podem ter finais tristes. Podemos e temos o direito de ir sozinhas.
Para todas as amigas — e amigas das amigas — meninas e mulheres que, como eu, só querem conhecer o mundo por conta própria.
Sobre a autora: Simone Surreal é psicanalista, artista plástica e ciclista. Participa do projeto PsiU, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
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