“Morte na Tirolesa” bem poderia ser o título de um livro de Ágata Christie, a grande mestra do romance policial. Mas não. É um caso dramático da vida real, misterioso, pungente dentre uma série de casos policiais registrados em São José dos Campos nos últimos dias.
O extravagante e metódico detetive Hercule Poirot, cofiando seu cultivado bigode, onipresente em pelo menos 40 obras da escritora inglesa, teria muito trabalho.
Morte na tirolesa
O Parque Alberto Simões, no Altos de Santana, zona norte da cidade, instalado em área da antiga Fazenda Boa Vista, é o paraíso dos esportes radicais: tem pista de skate e BMX, estrutura para arvorismo e escalada e… tirolesas.
Em pleno Carnaval, no sábado, dia 2 março, uma das 1.200 câmeras poderosas e detalhistas do CSI (Centro de Segurança e Inteligência), focando um dos pontos do parque, registrou um homem acionando uma das tirolesas, fora do horário de funcionamento do equipamento, ou seja, depois das 16h45.
Até esse horário o movimento é grande, com monitores e concorrida distribuição de senhas. No dia seguinte, o corpo do homem foi encontrado (“Estava caído no chão ou pendurado na tirolesa?”, certamente perguntaria Poirot). Como é feita a vigilância do parque?
Tacada do terror
Quem passa pela avenida Lineu de Moura sempre vê o gradil imponente do condomínio Jardim do Golfe, certamente uma referência ao vizinho e tradicional campo de golfe da cidade. É um luxo só. E muito seguro. Melhor: aparentemente muito de seguro.
Pois na madrugada de segunda-feira (3), uma família viveu momentos aterradores nas mãos de uma dupla de bandidos.
Depois de vasculharem duas outras casas (ninguém morando, em construção), os parceiros invadiram outra e tomaram a família de um médico como refém.
Levaram jóias e dinheiro que somam cerca de R$ 100 mil (havia dólares e euros). No final, obrigaram o médico a dar uma carona até o bairro de Eugênio de Melo, na zona Leste da cidade. Lá, escondidos num matagal, ainda fizeram com que ele fizesse operações bancárias via Pix que totalizaram R$ 12,8 mil.
(Poirot quer saber como os bandidos escaparam à vigilância do condomínio seguraço. Para o Pix de quem foram enviados os pagamentos? Curioso, quer saber também mais detalhes sobre a coleção de 20 relógios de pulso levada pelos ladrões).
A morte do lutador
Até 13h da terça-feira (3), último dia do Carnaval, a família de Guilherme Felipe Costa (27) manteve contato com ele por WhatsApp. Depois disso, silêncio.
Somente na quinta (6) os familiares receberam um telefonema trágico: o corpo do lutador de jiu-jitsu tinha sido encontrado em um terreno baldio no bairro do Torrão de Ouro, zona sul, por policias da PM, com sinais de estrangulamento. Sua moto, uma Suzuki Intruder 125, estava por perto. Assassinato frio?
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