Fazer ciência e tecnologia vai muito além de estudos acadêmicos e descobertas: a união entre essas duas áreas também tem o poder de transformar vidas.
Movidos pelo impacto social, alunos do Programa de Extensão Mãos3D, que produzem próteses de membros superiores a partir de impressão 3D na Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) em São José dos Campos, estudam para criar uma prótese biônica inédita no Brasil.

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A proposta é oferecer para crianças amputadas uma prótese biônica que se adapta ao crescimento do corpo ao longo de seu desenvolvimento. O dispositivo é equipado com tecnologia, que acionada por sinais musculares ou nervosos, simula movimentos naturais, como os de membros reais do corpo.
“Procuramos usar os recursos tecnológicos para fazer algo de bom. Assim como hoje há muita tecnologia voltada para a guerra, ataques e destruição, estamos do outro lado, tentando usar a tecnologia, que muitas vezes foi desenvolvida em cenários de guerra, para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, afirmou a coordena do projeto, Maria Elizete Kunkel, que dá aulas no curso de Engenharia Biomédica.
“Uma prótese como essa poderia custar até um milhão de reais, mas não faz sentido dar uma prótese de um milhão para uma criança que, em um ano e meio, precisará de outra. Por isso, esse é um tema urgente de pesquisa”, completou.
Atualmente, os alunos estão analisando os materiais mais adequados para produção e pesquisam na literatura científica o que pode ser desenvolvido no Brasil.
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Sobre o programa Mãos 3D
O Programa de Extensão Mãos3D da Unifesp, existe há mais de 10 anos e foi criado pela professora Maria Elizete Kunkel. Após passar por um doutorado na Alemanha, em 2012, ela decidiu criar uma linha de pesquisa voltada para atividades de impacto social. Nesse mesmo período as impressoras 3D se popularizaram e os alunos começaram a serem preparados para dar início projeto.
Atualmente, cerca de 30 estudantes dos cursos de graduação, pós-graduação e técnicos da universidade atuam pra produzir próteses e órteses de membros superiores a partir da tecnologia de impressão 3D, disponível no laboratório em SJC.

Mais de 50 vidas transformadas
Desde o início do programa, mais de 52 vidas de crianças, adultos e idosos do Vale do Paraíba e do Brasil afora, foram transformadas ao receberem doações do programa, que se sustenta por meio de recursos de agências de fomento à pesquisa como FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e outras, além de parcerias com a iniciativa privada.
O processo de fabricação acontece em três fases assistidas por computador. Primeiro, é feito o design, com base nas medidas do membro; em seguida, é realizada uma simulação para verificar possíveis erros no uso do equipamento; e, por fim, acontece a impressão 3D. Tudo isso leva cerca de uma semana, enquanto no SUS a espera por um prótese pode durar meses ou até anos.
Além da redução no tempo de espera, a prótese 3D pode ser fabricada de acordo com o gosto do usuário. Do laboratório já saíram próteses personalizadas Mulher Maravilha, do Ben10, de diversas cores e inclusive para finalidades específicas, como por exemplo, com encaixe para segurar uma celular.
Como receber a doação de uma prótese do projeto?
As doações são realizadas para pessoas de todo o Brasil. O único requisito é que o interessado consiga comparecer pessoalmente para o momento da retirada e da reabilitação com a prótese, que ocorre em São José dos Campos.
Para entrar em contato o projeto Mão 3D, basta preencher o formulário disponível no site.
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