
É o caso de perguntar: que Xou da Xuxa é esse?
O debate da TV Band Vale, na noite desta quarta-feira (16), virou monólogo com a ausência de Anderson Farias (PSD), que, depois de jurar que ia, não compareceu, alegando ofensas pessoais que teria recebido no debate anterior, na Rede Vanguarda, no apagar das luzes do primeiro turno. Na lista das ofensas, Anderson lembrou, por meio de nota produizida por sua assessoria, ter sido chamado de “banana” e “esquizofrênico” na Vanguarda.
Sozinho na tela da Band, Eduardo Cury (PL), que havia faltado no debate da Band no primeiro turno, aproveitou e abriu fogo contra Anderson, acusando-o, entre outras coisas, de covarde (por ter “fugido” do embate direto), propagador de fake news, caloteiro e mentiroso.
Tudo no mais alto nível…
Aliados de décadas, Anderson e Cury usam a atual campanha eleitoral para “lavar a roupa suja”, acumulada desde a saída de Anderson do PSDB no início de 2022, na esteira da renúncia do então prefeito Felicio Ramuth e a adesão de ambos (Felicio e Anderson) ao PSD de Gilberto Kassab, numa manobra que desossou o ninho tucano em São José dos Campos.
O debate que virou monólogo resolveu alguma coisa?
Longe disso, até o dia 27 de outubro, data do segundo turno, muita água, muito bate-boca e muita pancada ainda vão passar por debaixo da ponte, na eleição mais disputa e também mais aguerrida de São José dos Campos nas últimas três décadas.
Eleição que virou uma espécie de “tira-teima” entre dois grupos que eram um só até pouco tempo atrás. Lembra? Emanuel Fernandes, Eduardo Cury, Felicio Ramuth e Anderson Farias já foram unha e carne, corda e caçamba. Hoje não frequentam a mesma festa, não passam na mesma porta.
É caso de repetir: afinal, que Xou da Xuxa é esse? Para o cidadão comum, tem ficado cada vez mais difícil discernir porque optar por um grupo e não pelo outro nestas eleições.
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Afinal, projetos e propostas para São José dos Campos têm sido relegados a segundo plano nesta guerra visceral para decidir “penduricalhos”, que nada tem a ver com o dia-a-dia da cidade: quem, entre dois candidatos de centro-direita, tem mais ligações com a esquerda; em quem serve melhor a carapuça de “corrupto”; quem é mais analógico, quem é mais digital; quem mentiu mais e produziu mais “fake news”; quem, afinal, veio primeiro, o ovo ou a galinha? É duro constatar: em uma eleição que prometia muito pela qualidade dos envolvidos, o que se viu até aqui foi um deserto de poucas ideias originais e práticas. Dá para zerar tudo, “resetar” o jogo e começar do zero?
Verdade seja dita: Anderson, Cury, Emanuel, Felicio e todo o exército de aliados têm o dever de contribuir para que o debate foque no que realmente importa à cidade. “Bater boca” na TV, rádios, redes sociais e grupos de “zap” pode até ser divertido, mas é pouco.
Segue o baile…
*Em tempo: Não gosto de candidato “fujão”, seja “fujão” no primeiro ou no segundo turno. Já até escrevi sobre isso neste espaço. Candidato a cargo público que “foge” de debate acende o sinal de alerta: se “foge” enquanto ainda é candidato, quando precisa da chancela do eleitor para chegar lá, imagine o que fará quando eleito? Vai dar, com certeza, uma “banana” ao cidadão…
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