Existe uma infinidade de itens que podemos encontrar em lojas de museus: catálogos das exposições, livros e objetos personalizados, originais.
Dentre esses objetos, sempre encontramos algo com preço acessível para levar de lembrança para alguém querido.
Fui e lembrei de você.
Usualmente as lojinhas ficam na saída dos museus, no ponto final da visita, despertando aquele consumo de algo que eternize o momento vivido com as obras.
Os objetos personalizados abrangem desde um simples lápis tipo B com a marca do museu, um guarda-chuva com uma estampa de alguma pintura do acervo, o famoso imã de geladeira, chaveiros, lanterninhas e uma coleção deslumbrante de caderninhos, agendas e canetinhas coloridas.
E as canecas, camisetas e jogos? Onde mais encontrar uma ampulheta?
Anselm Adams
Quando visitei a exposição do fotógrafo norte-americano Anselm Adams, no ano passado, encontrei na lojinha belíssimos objetos relacionados ao tema fotografia. Eram pôsteres e postais reproduzindo fotos em PB, miniaturas de máquinas fotográficas, canecas, livros, camisetas etc. Optei por um quebra-cabeça de 500 peças cuja imagem era formada por máquinas fotográficas de todas as marcas e épocas, quase um documento histórico. O que realmente me encantou foi a embalagem que era uma caixa de metal no formato de uma máquina fotográfica do tipo de uma Canon 500 das antigas.
Em três dias montamos o quebra- cabeça, eu e meu neto Lucas.
Muitos museus também valorizam objetos de design como luminárias, cerâmicas, pratos, jogos artesanais para crianças, baralhos, relógios, sacolas de lona ou outros materiais sustentáveis.
Me chama a atenção o tamanho do profissionalismo e a diversidade de equipes desses museus para desenvolverem tantos itens relacionados às exposições e com tanta antecedência. Um fluxo constante de produtos e pesquisas com artistas, artesãos e designers.
Essas lojas de museus são chamadas de lojinhas devido ao seu tamanho comparado com os museus, mas contemplam uma variedade criativa que se tornam elas mesmas mais um local de apreciação.
Museu Niemeyer
O Museu Niemeyer em Curitiba tem uma lojinha com muitos objetos inspirados no modernismo brasileiro, além da livraria com catálogos antigos e atuais. Na Pinacoteca de São Paulo já comprei livros por R$ 5,00 e $10,00.
Botons com frases de artistas são mensagens poéticas; ganhei um recentemente onde está escrito em vermelho sobre fundo branco : THE SPIRIT IN ANY CONDITION DOES NOT BURN – Marina Abramovic.
Pioneira da performance como arte visual desde os anos 70, a artista ganhou uma retrospectiva de seus 50 anos de carreira na Royal Academy of Arts em Londres, em 2023. Uma nova geração de artistas treinados no método Marina Abramovic interpretam suas performances.
A artista sérvia esteve recentemente no Brasil inaugurando sua primeira obra em espaço público na Usina de Arte em Água Preta, na zona sul da mata de Pernambuco. O site specific chama-se “Generator” (Gerador).
Usina de arte
A Usina de Arte é um imenso projeto de sucesso. Iniciado em 2015, une um museu de arte contemporânea e um jardim botânico somando cultura, educação e meio ambiente. Fica localizada na antiga usina Santa Terezinha, que produzia açúcar desde 1929 e teve seu apogeu nos anos 50. Todo o complexo atual desenvolve uma relação integral com a comunidade do seu entorno que inclui também escola de música, biblioteca e um FabLab com internet, impressoras 3D, cortadora a laser e apoio de novas práticas pedagógicas nas escolas.
Admirável transformação e vitalidade com estrutura e capacidade de agregar grandes artistas e suas obras em tão pouco tempo. Pelo site contei 26 obras espalhadas pelo parque.
Usina de Arte, um lugar para se visitar assim como Inhotim. A lojinha de Inhotim é muito grande e vende inclusive mudas de plantas.
Os museus agregam valor cultural aos produtos que criam para venda em suas lojinhas convivendo com objetos artesanais de artistas locais. Um mix que une a originalidade regional com a diversidade cultural das exposições.
Em São José dos Campos, a lojinha do SESC tem objetos e livros muito acessíveis com estampas desenvolvidas por artistas.
Um SESC No Parque da Cidade?
Me lembro do SESC quando funcionou no centro da cidade por alguns anos até a finalização da reforma do prédio atual, na avenida Ademar de Barros. Fizemos lá uma exposição chamada Octólogo, em 2008.
De lá pra cá, nossa cidade cresceu, expandiu e acredito que justificaria a construção de mais uma unidade do SESC.
Senti falta dessa proposta no plano de concessão do Parque da Cidade. Um SESC ali naqueles galpões da Tecelagem Parahyba, similar ao SESC Pompéia.
Qualquer semelhança não é mera coincidência. O espaço foi construído a partir de uma antiga fábrica de tambores e tem projeto de Lina Bo Bardi, a mesma arquiteta que projetou o MASP. Uma velha fábrica em desuso reabilitada sem o apagamento de sua história.
A utopia ficou para o final hoje.
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