A cesta básica está mais cara no Vale do Paraíba. Dados do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), da Unitau (Universidade de Taubaté), divulgados na última quarta-feira (6), revelam que o valor da cesta sofreu aumento de 0,07% no mês de fevereiro. Ou seja, passou de R$ 2.727,84 em janeiro, para R$ 2.729,95, apresentando assim, um aumento de R$ 2,11.
A pesquisa, que ocorre desde 1996, mensalmente, avalia 44 produtos de alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica nas quantidades recomendadas para uma família de cinco pessoas. A coleta de preços é feita semanalmente em 16 supermercados nos municípios de São José dos Campos, Taubaté, Caçapava e Campos do Jordão.
Segundo o Nupes, dois municípios tiveram variações positivas de preços: Taubaté e São José dos Campos. Já Caçapava e Campos do Jordão tiveram redução. A cidade que apresentou a maior variação percentual foi a cidade de Taubaté com +0,36% e Campos do Jordão a menor variação de preços, – 0,32%.
O município que lidera com a cesta mais cara da região, com o valor de R$ 2.810,93, é Campos do Jordão – mesmo com a queda nos preços registrado no último mês. São José dos Campos continua tendo a cesta mais barata, com R$ 2.673,06, mesmo com o aumento em fevereiro. A diferença no preço da cesta mais cara com a cesta mais barata, portanto, entre os dois municípios (Campos do Jordão e São José dos Campos) foi de + R$ 137,87 o que representa uma diferença percentual de + 5,16%.
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Ainda que pese no bolso, a cesta básica nos últimos 12 meses — de fevereiro de 2023 a fevereiro de 2024 – apresentou redução de 2,62% ou R$ 73,64. Este percentual é bem abaixo da prévia da inflação nacional acumulada até fevereiro, medida pelo IPCA-15 do IBGE, que foi de + 4,49% nos últimos 12 meses.
“Essa variação que apontamos nos preços está coerente com o padrão de comportamento dos preços em âmbito nacional. Os produtos alimentícios são os que mais pesam na composição da cesta básica. Por exemplo, a cenoura, a laranja, são produtos muito afetados pelo clima”, avalia o Professor José Joaquim do Nascimento, economista e pesquisador do NUPES-Unitau.
No entanto, segundo ele, há uma tendência de uma estabilidade no valor da cesta nos próximos meses, uma vez que há um equilíbrio entre produtos que estão na safra e na entressafra.
“Produtos que estão entrando em período de colheita, favorecidos pelos níveis de chuva, têm aumento de oferta e queda do preço. E os produtos que estão saindo do período e são prejudicados pelo volume de chuva elevado ou pela temperatura mais alta são prejudicados. Então, há um equilíbrio”, explica.
Gastos mensais familiares
O Nupes avalia também o percentual de renda familiar comprometida com a aquisição da cesta básica. Em fevereiro, o percentual foi de 38,66% frente a 38,63% em janeiro. Ou seja, o valor que resta para gastos com outras despesas diversas das famílias, como saúde, educação e transporte, ficou praticamente estável em fevereiro quando comparado ao mês anterior. Isso ocorreu por conta do leve aumento nos preços da cesta e do salário-mínimo que está estabilizado em R$ 1.412,00 a partir deste mês de janeiro de 2024.
A alimentação foi responsável por 90,06% do valor da cesta, o item higiene pessoal por 4,95% e o item limpeza doméstica, 4,99%.
Veja os produtos do grupo Alimentação que…
… apresentaram as maiores altas em fevereiro de 2024:
- Cenoura (+ 17,97%)
- Laranja Pera (+ 10,43%)
- Feijão carioca (+ 9,58%)
- Bananas (+9,17%)
- Arroz (+ 6,23%)
… apresentaram maiores reduções em fevereiro de 2024
- Abobrinha (- 18,59%)
- Mamão Formosa (- 14,28%)
- Carnes bisteca suína (- 3,60%)
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