A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que o cartão de vacinação contra a covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é falso.
O registro de imunização, com data de 19 de julho de 2021, teria sido feito em uma Unidade Básica de Saúde de São Paulo. Uma investigação da Polícia Federal aponta que os dados foram adulterados para que Bolsonaro pudesse viajar aos Estados Unidos, no final de 2022.

A análise do caso foi aberta pela CGU por conta de um pedido à Lei de Acesso à Informação (LAI) formulado no fim de 2022. As investigações, no entanto, não informaram de quem é a responsabilidade pela falsificação.
De acordo com a Controladoria, os resultados serão encaminhados às autoridades do estado e do município de São Paulo para que providências sejam tomadas.
O que diz o cartão de vacinação fake de Bolsonaro
Os dados atuais do Ministério da Saúde no cartão de vacinação indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria recebido a vacina contra a covid-19 em 19 de julho de 2021 na UBS Parque Peruche, em São Paulo.
Contudo, a CGU constatou que Bolsonaro não estava na cidade nessa data e que o lote de vacina registrado no sistema não estava disponível na UBS naquele dia.
Registros da Força Aérea Brasileira (FAB) mostram que Bolsonaro voou de São Paulo para Brasília um dia antes da suposta vacinação e não realizou outros voos até pelo menos 22 de julho de 2021.
Procurados pela investigação para depoimentos, funcionários da UBS disseram não ter visto Bolsonaro na data informada e negaram ter recebido pedidos para registrar a imunização.
A enfermeira mencionada no cartão de vacinação do ex-presidente está entre as pessoas ouvidas. Ela não apenas negou a aplicação da vacina como apresentou documentos comprovando que não trabalhava mais na UBS na data indicada nos registros do Ministério da Saúde.
Os auditores da CGU também verificaram os livros físicos da UBS para registro da vacinação e não encontraram a presença do ex-presidente em 19 de julho de 2021.
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Fraude foi a nível estadual
A CGU determinou que a fraude teve origem no sistema estadual. De acordo com as investigações, todos os funcionários da UBS compartilhavam o mesmo login e senha do sistema VaciVida, administrado pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
Como não foi possível identificar um agente público responsável, a CGU sugeriu o arquivamento do caso, mas encaminhará os resultados das investigações às autoridades estaduais e municipais de São Paulo para as devidas providências.
A Controladoria realizou uma diligência no Ministério da Saúde e confirmou a segurança do sistema mantido pela pasta para receber informações enviadas pelos estados e municípios, afirmando que não há indícios de que os dados tenham sido manipulados em nível federal.
Os auditores não encontraram suspeitas de envolvimento de servidores públicos federais na alteração dos dados.
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