O adolescente que cometeu o ataque à Escola Estadual Sapopemba nesta terça-feira (23) em São Paulo, sofria bullying por ser homossexual. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o jovem de 15 anos, sendo agredido por colegas de classe.
No mês de abril, um boletim de ocorrência foi registrado relatando um dos casos em que o garoto foi agredido por um grupo de alunos não identificados.
Como forma de reagir à violência sofrida, a vítima teria decidido usar a arma pertencente ao pai, para se defender. A informação foi dada pelo advogado do garoto e divulgada pelo portal Metrópoles.
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No ataque, três alunos ficaram feridos e uma adolescente, atingida por um tiro na cabeça, morreu.
O menor autor dos disparos foi apreendido logo em seguida. Segundo o defensor do adolescente, ele e sua família pediram ajuda ao Estado para lidar com o bullying, mas não receberam.
Esse é o segundo ataque que acontece em uma escola da capital paulista. No iníco do ano, um aluno esfaqueou professoras e alunos na Escola Estadual Thomazia Montoro. Uma das docentes esfaqueada não resistiu aos ferimentos e morreu.
O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que ações preventivas á ataques em escolas serão revistas.
A temática é delicada e segundo a psicóloga escolar Fernanda Fraga, casos extremos de violência nas escolas podem ser influenciados por diversos fatores. “O que aconteceu ontem é a ponta do iceberg. Geralmente a gente vai olhar e já vinha acontecendo há muito mais tempo outras questões. São condições que vão sendo colocadas ao longo de um tempo: uma permissividade com relação aos comportamentos dos alunos, desatenção a pedidos de ajuda dos próprios alunos ou dos docentes também, que é uma classe que tradicionalmente marcada por doenças, estresse, burnout, então é importante pensar que não tem um culpado único “, explica.
Ela acrescenta ainda que o bullying precisa ser combatido no interior das instituições de ensino, sendo necessário reagir antes de tragédias como essa acontecerem .
“É algo para a gente estar em constante precaução. A saúde mental dos alunos precisa estar em dia, resolução de conflitos e violência na escola precisa estar em dia, treinamento para prevenção para quando acontecer um fato desse devem estar em dia também. A gente precisa cuidar disso no dia a dia como uma ação nossa”, finaliza a psicóloga.
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