
O Ministério da Saúde informou hoje que está monitorando 28 casos suspeitos de um tipo de hepatite aguda infantil de origem desconhecida até o momento. O estado de São Paulo foi o que mais registrou casos até o momento, com 8 (um deles em São José dos Campos nesta semana). Em seguida, vem o Rio de Janeiro, com 7 ocorrências.
“Os casos seguem em investigação. Os centros de informações estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) e a Rede Nacional de Vigilância Hospitalar (Renaveh) monitoram qualquer alteração do perfil epidemiológico, bem como casos suspeitos da doença”, disse a pasta em comunicado.
O ministério orientou os profissionais de saúde a notificar imediatamente à autoridade sanitária os casos suspeitos da doença.
Caso em São José dos Campos
O primeiro caso suspeito da “hepatite misteriosa” registrado em São José dos Campos foi divulgado nesta segunda (9) pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo (CVE). De acordo com a Prefeitura, o registro corresponde ao de uma criança de dois anos e 11 meses que teve inflamação no fígado por cerca de três semanas em fevereiro, mas já recebeu alta e passa bem.
Na época, testes para os três tipos de hepatite já conhecidos (A, B e C) foram realizados e todos tiveram resultado negativo. A gestão não identificou histórico de viagens ou contato com outros casos e ainda monitora a situação da criança.
Mundo
A hepatite de origem desconhecida está acometendo crianças em, ao menos, 20 países. A doença se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus conhecidos hepatite. Em cerca de 10% dos casos foi necessário realizar o transplante de fígado.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 casos, até o último dia 29, haviam sido reportados no mundo, a maioria (163) no Reino Unido. Houve relatos também na Espanha, Israel, Estados Unidos, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Itália, Noruega, França, Romênia, Bélgica e Argentina. A doença atinge principalmente crianças de um mês a 16 anos. Até o momento, foi relatada a morte de uma criança em todo o mundo.
Em comunicado divulgado em 23 de abril, a OMS disse que não há relação entre a doença e as vacinas utilizadas contra a covid-19. “As hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas covid-19 não têm sustentação pois a grande maioria das crianças afetadas não recebeu a vacinação contra a covid-19”.
Em nota divulgada no início de abril, a Agência Nacional de Saúde do Reino Unido, país com o maior número de casos relatados, também afastou qualquer rumor que tentasse sugerir ligação da doença com a vacina contra o coronavírus. “A maioria das crianças afetadas tem menos de cinco anos, jovens demais para receber a vacina”.
Sintomas
Sintomas gastrointestinais, incluindo dores abdominais, diarreia, vômito e sinais de icterícia – condição que deixa a pele e a parte branca dos olhos amareladas – foram os característicos nos quadros de pacientes com hepatite aguda, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS nas Américas e Caribe.
O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento deverão ser aprimoradas, assim que a origem da infecção for determinada.
Os pais devem ficar atentos aos sintomas, como diarreia ou vômito, e aos sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.