
Raquel Portugal/Fiocruz Imagens)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou técnica e administrativamente o registro da Butantan-DV, a primeira vacina de dose única contra a dengue no mundo, desenvolvida pelo Instituto Butantan.
A assinatura do Termo de Compromisso, na quarta (26) em São Paulo, representa a etapa final para a liberação definitiva do imunizante.
A vacina, que demonstrou eficácia de 74,7% contra a dengue e 91,6% contra formas graves da doença, poderá ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em breve.
O Butantan já possui 1 milhão de doses prontas para distribuição.
Leia mais: UBSs de São José voltam a fechar às 18h a partir de dezembro após baixa procura no horário estendido
Destaques da vacina
De acordo com Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os resultados justificam a rápida incorporação:
“A vacina demonstrou eficácia elevada, em torno de 75% contra a doença e acima de 90% para formas graves e hospitalizações. Além da eficácia, temos o benefício de ser uma vacina produzida no país. Isso facilita o acesso e a escala de distribuição“.
Principais resultados do estudo clínico:
- Eficácia geral: 74,7%
- Proteção contra dengue grave: 91,6%
- Proteção contra hospitalizações: 100%
- Duração: mais de 5 anos de proteção com dose única
- Perfil de segurança: satisfatório, com reações leves a moderadas
Produção e distribuição
O Butantan já iniciou a produção em escala e possui 1 milhão de doses prontas. Uma parceria com a empresa chinesa WuXi permitirá a entrega de aproximadamente 30 milhões de doses no segundo semestre de 2026.
A vacina foi testada em mais de 16 mil voluntários de 14 estados entre 2016 e 2024, mostrando-se segura tanto para pessoas que já tiveram dengue quanto para quem nunca foi infectado.
Vantagens da dose única
A Butantan-DV se diferencia por requerer apenas uma dose, o que representa importantes vantagens:
- Maior adesão da população
- Campanhas mais simples de organizar
- Cobertura vacinal mais rápida em emergências sanitárias
A Anvisa também autorizou estudos para avaliar a aplicação em pessoas de 60 a 79 anos. Dados adicionais serão analisados para possível inclusão de crianças de 2 a 11 anos.
O Ministério da Saúde deverá definir em breve o cronograma de vacinação e a estratégia de distribuição das doses em todo o país.