
A escritora joseense Letícia Giulia, de 27 anos, morreu nesta terça-feira (9). A causa da morte não foi divulgada. Autora em ascensão, Letícia havia conquistado reconhecimento com seu primeiro livro, Florescer do Destino, esgotado em Bienais do Livro de São Paulo e do Rio de Janeiro, o que lhe rendeu o prêmio de autora revelação da Editora Flyve.
Letícia era uma das convidadas para a Semana Cassiano Ricardo, durante a FLIM (Festa Literomusical de SJC). Com sua morte, a organização confirmou que realizará uma mesa literária em sua homenagem. “Não só uma homenagem a ela, mas um debate sobre a saúde mental e a força da leitura na superação de diversas dessas doenças”, afirmou Júlio Ottoboni, organizador do evento.
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Ela também já ocupou o topo dos rankings de mais vendidos e mais presenteados da Amazon em diversas ocasiões. Atualmente, a escritora se preparava para o lançamento de sua segunda obra, Ruína Celestial, previsto para outubro na Bienal Internacional do Livro de Recife.
Natural de São José dos Campos, Letícia começou a escrever aos 15 anos, publicando histórias na plataforma Wattpad. Formada em gestão empresarial, era filha do ex-vereador e ex-deputado estadual Alexandre da Farmácia.
De acordo com a Urbam (Urbanizadora Municipal), o corpo da escritora segue no IML (Instituto Médico Legal). A família informou que o velório será fechado e o sepultamento, privado.
Nota de pesar
O jornalista e curador da 58ª Semana Cassiano Ricardo, Júlio Ottoboni, divulgou uma nota sobre a morte da escritora:
“Inexiste pequena tristeza. Apenas na sua própria dimensão, que é imensa, infinita dentro de nossa percepção. A finitude de vida sempre moveu poetas, escritores e tantos outros segmentos das artes, dos conflitos que cercam a existência.
Hoje, ao receber a notícia sobre a morte de Letícia Giulia, que encerraria com suas histórias e a tiara de ouro e prata no alto de seus cabelos, a 58ª edição da Semana Cassiano Ricardo, me abalou profundamente, como pessoa, como jornalista, como curador do evento que daria a ela oportunidade de participar deste grande festival literário que é a FLIM.
Ficará para mim a imagem da menina ‘escritora apocalíptica’, que escrevia a partir de seus sonhos e de seu mundo mágico. Giulia, como eu a chamava, estava feliz com seu sucesso e a imensa aceitação de sua obra nas bienais.
Só me resta, neste momento, sentir o luto, esse manto escuro que sombreia nossas vidas pela dor da perda.Chove e eu penso:
haverá coisa mais viúva
que a saudade possuir olhos de chuva
e eu coração de girassol?Poema Luto – Cassiano Ricardo”