Manifestantes queimaram uma bandeira dos Estados Unidos e um cartaz com a imagem do presidente norte-americano Donald Trump com chifres durante um protesto realizado na tarde desta terça-feira (29), no centro de São José dos Campos.
O ato foi convocado por movimentos de esquerda contra o tarifaço anunciado por Trump, que prevê a elevação para 50% das tarifas sobre produtos brasileiros a partir desta sexta-feira, dia 1º de agosto.
Além da queima dos símbolos, os participantes exibiram faixas com dizeres como “Trump, tire suas mãos do Brasil” e cartazes que pediam a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado.
A manifestação
O ato foi organizado pela chamada Frente Anti-imperialista do Vale do Paraíba, da qual fazem parte partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais da região. A manifestação teve início na Praça Afonso Pena e seguiu em passeata até a Praça do Sapo.
Lideranças locais participaram do protesto, entre elas o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves, e o dirigente Luiz Carlos Mancha. O ex-candidato a prefeito Toninho Ferreira (PSTU) também esteve presente.
“Nossa região será duramente afetada pelo tarifaço de Donald Trump. A Embraer já deu sinais de que a medida pode levar a demissões, e isso não vamos aceitar. Ao sobretaxar produtos brasileiros, Trump coloca em risco milhares de empregos”, afirmou Weller Gonçalves no protesto.
Embraer preocupada com tarifaço
A Embraer, uma das principais exportadoras da região e potencialmente impactada pela decisão norte-americana, também se manifestou por meio de nota.
A empresa disse ver “com preocupação o risco dos Estados Unidos elevarem suas tarifas para 50% a partir de 1º de agosto”, alertando para possíveis impactos significativos em sua receita, investimentos e nas relações com clientes e fornecedores nos EUA.
A fabricante afirmou estar “ativamente engajada com as autoridades buscando restaurar a alíquota zero para o setor aeronáutico” e se disse confiante em um entendimento entre os governos do Brasil e dos EUA.
Quaisquer impactos financeiros relevantes, segundo a empresa, serão detalhados na apresentação de resultados do segundo trimestre, marcada para o próximo dia 5 de agosto.
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Frente Anti-imperialista
A mobilização foi coordenada pela Frente Anti-imperialista do Vale do Paraíba, coalizão formada por partidos políticos (PCBR, PSOL, PSTU e UP), centrais sindicais como CSP-Conlutas e Unidos pra Lutar, além de sindicatos e associações da região, entre eles:
- Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região
- Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região
- Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba
- SindCaraguatatuba
- STPMJ (Jacareí)
- Sindserv Caçapava e Jambeiro
- Admap
- Comunidade Banhado Resiste
- Movimento Mulheres em Luta (MML)
- Revolução Socialista (PSOL)
- Domurixà
- Podcast Mesa de Debates
