O decreto assinado pelo presidente americano, Donald Trump, que impõe uma tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros a partir de 6 de agosto, manteve as aeronaves civis e seus componentes como exceção à medida.
Com isso, as exportações da Embraer para os Estados Unidos continuarão sujeitas à taxa de 10%, vigente desde abril.
A decisão foi publicada em documento nesta quarta (30), que lista os produtos isentos do aumento tributário.
Vale ressaltar que a tarifa para aviões militares segue em 50%.
Impacto para a Embraer
Os Estados Unidos são o principal mercado da Embraer, responsável por 45% das vendas de jatos comerciais e 70% dos jatos executivos da fabricante brasileira.
Segundo o balanço do primeiro trimestre, a empresa tem 181 aviões comerciais encomendados por seis companhias aéreas americanas.
Um dos destaques é o contrato de US$ 3,6 bilhões fechado com a SkyWest durante o Paris Air Show, em junho, para a entrega de 60 aeronaves até 2027.
A manutenção da tarifa em 10%, e não em 50%, como poderia ocorrer com a nova medida, é um alívio para a companhia, que estimou um prejuízo de R$ 20 bi até 2030.
Por meio de nota enviada ao portal spriomais, a fabricante joseense se pronunciou:
“Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global. Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países.”
Exportações de São José
Em 2024, São José foi a segunda cidade que mais exportou para os EUA no Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro.
São José exportou US$ 1,9 bi em 2024, sendo 67,5% do setor aeronáutico (Embraer).
Só em 2025 (jan-abr), 43% das exportações da cidade (US$ 888,4 mi) foram para o mercado americano.
Leia mais: