As alianças políticas funcionam mais ou menos como o poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade.
Lembra?
Ele diz assim: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história”.
Alianças políticas são fortes como aço temperado e efêmeras com as nuvens.
Um dia estão aqui; noutro, evaporaram. Raras duram, a maioria tem prazo de validade, tornando rivais os antigos aliados e aliados os antigos rivais.
E, diz o dito popular, aliados são quase sempre piores que adversários históricos. Afinal, sabem os nossos segredos, dividiram planos, conversas e causos. Depois da briga? Só o pó e ressentimentos.
Como cantam Zé Neto e Cristiano, em “Barulho do Foguete”, a torcida contra e o “mau-olhado” fazem parte de toda relação mal resolvida.
Como diz a letra? Bora lá: “que pena que ‘cêis’ terminaram, achei que ia durar para sempre; ‘tô’ triste com um negócio desses, escuta aí o barulho do foguete”…
Quem entender a lógica, aguenta o tranco. Quem não entende…
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Pensei nisso ao reler a série de análises que fiz recentemente sobre as alianças e disputas envolvidas nas eleições de 2026 em São José dos Campos e na região.
Esta é uma das múltiplas facetas da arte da política. Afinal, como bem ensinam as velhas “raposas” mineiras, política é igual a nuvem: você olhou, está de um jeito; olhou de novo, já mudou. No mais, escuta aí o barulho do foguete…
Segue o baile…