O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A decisão confirmou o início imediato do cumprimento da pena de 8 anos e 10 meses de prisão pela condenação em um dos casos da Operação Lava Jato, envolvendo propinas na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
Detalhes da prisão
- Local: Aeroporto de Maceió, quando Collor se preparava para embarcar para Brasília e se entregar
- Horário: Às 4h, conforme informou sua defesa
- Custódia: Na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Maceió, até definição do STF sobre o local definitivo da pena
Contexto da condenação
Collor foi condenado em 2023 por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014 para facilitar contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia.
O STF considerou que os recursos da defesa tinham “caráter protelatório” e manteve a sentença.
Próximos passos
O presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, convocou um plenário virtual nesta sexta (25), das 11h às 23h59, para que os demais ministros analisem a decisão de Moraes.
A defesa de Collor afirma que o ex-presidente está “custodiado na PF em Maceió“ e aguarda definições judiciais.
Leia mais: Gestão de Tarcísio tem 72% de aprovação em São José e Taubaté, diz pesquisa OVALE/Ágili Pesquisas
Histórico do Caso
- 2015: Collor foi denunciado pela PGR por corrupção, lavagem, organização criminosa, peculato e obstrução de Justiça
- 2017: STF o tornou réu, mas descartou as acusações de peculato e obstrução
- 2023: Condenado, com a organização criminosa considerada prescrita. O valor da propina foi fixado em R$ 20 milhões, abaixo dos R$ 29,9 milhões da denúncia
Collor na História
Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito após a ditadura (1990-1992) e renunciou para evitar seu impeachment.
Seu governo ficou marcado pelo “Plano Collor”, no qual o dinheiro da poupança dos brasileiros foi confiscado para tentar controlar a inflação no país.
Ele é o terceiro ex-presidente preso desde a redemocratização, após Lula (2018) e Michel Temer (2019).