A UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) tornou público o cronograma de debates sobre reserva de vagas para pessoas trans e travestis nos cursos de graduação. A reitoria apresentou na segunda-feira (12) a proposta de minuta com normas para regulamentar as ações afirmativas direcionadas a esse segmento social. Poderão ser feitas sugestões para o documento, por meio de um formulário (link), até o dia 31 de agosto.

Com a ação, a universidade será a primeira do estado do Rio de Janeiro a aprovar a reserva de vagas para pessoas trans e travestis. A instituição pretende integrar o grupo de outras 14 universidades públicas brasileiras que adotam política de ação afirmativa na graduação. São elas: UFABC (2018), UFBA (2018), UNILAB (2021), UFSB (2021), UFLA (2023), UFSC (2023), UFSM (2023), FURG (2023), UNIR (2023), UFG (2024), UNEB (2018), UEFS (2019), UEAP (2020) e UESB (2023).
Como vai funcionar
Segundo as pró-reitorias de Graduação e de Assuntos Estudantis, a implementação de cotas garantirá o acesso à universidade e ampliará a diversidade e a representatividade transexual e travesti no ambiente acadêmico. Entre as normas previstas, está a reserva de 3% das vagas de graduação por curso e turno, por período letivo.
O documento também prevê que os candidatos devam realizar provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e inscrever-se por meio de autodeclaração. Os aprovados deverão apresentar no ato da matrícula o RG com o nome social ou certidão de nascimento retificada no Cartório de Registro de Nascimento e comprovar ter concluído o ensino médio em escola pública.
Os responsáveis por aprovar ou reprovar a autodeclaração de pessoa trans serão indicados pela Comissão Permanente de Política Institucional pela Diversidade, Gênero, Etnia/raça e Inclusão, e devem ser comprovadamente conhecedoras da temática. E se apurada a existência de fraude, a universidade cancelará a matrícula da(o) estudante.
Leia também: https://spriomais.com.br/2024/08/13/ericsson-abre-vagas-de-estagio-em-sao-jose-dos-campos/
Em tempo, o processo de discussão sobre as cotas vem desde 2021, quando foi criada a Comissão Permanente da Política Institucional pela Diversidade, Gênero, Etnia/Raça e Inclusão, por meio da Deliberação Nº 430 / 2021. Ações antissexistas, antiLGBTIfóbicos e antirracistas ocorreram com maior frequência e envolvimento da comunidade universitária.
Em 25 de setembro de 2023, foi aprovada, junto ao Cepe, a Deliberação nº556/2023 de ampliação de cotas na pós-graduação, incluindo, pessoas trans, quilombolas e refugiadas.
Acompanhe também: