O novo satélite sino-brasileiro previsto em um acordo assinado entre o Brasil e a China será operado pelo INPE, cuja sede é em São José dos Campos. A assinatura do acordo foi feita nesta sexta-feira (14) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sua viagem à Pequim, junto a outros 15 acordos bilaterais.
O novo satélite receberá o nome de CBERS-6. Sua principal novidade será o uso de tecnologia por radar para monitoramento de áreas. Atualmente, a coleta de informação acontece por meio de sensores ópticos, o que dificulta o sensoriamento do solo em caso de más condições naturais.
O novo satélite irá coletar imagem de uso público e não militar. O custo total estimado é de até US$ 140 milhões (R$ 752 milhões).

De acordo com apuração do Tilt (Portal UOL), o Brasil também arcará com o custo da operação. Contudo, o valor ainda será definido.
A China desembolsará a outra metade do valor para criar o satélite e disponibilizará o veículo lançados responsável por colocar o foguete em órbita.
Cada país será responsável por controlar o satélite durante uma quantidade de meses, que ainda será definida.
O satélite será usado para monitoramento ambiental, com foco em áreas da Amazônia.
A previsão é que o satélite fique pronto a partir do quarto ano do acordo.
Dentre os outros termos assinados nesta sexta-feira com o presidente da China, Xi Jinping, estão acordos de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois países e facilitação de comércio.

Sobre a família CBERS, do INPE
A família CBERS de satélites foi lançada pelo INPE em 1999. Na época, colocou o Brasil no seleto grupo de países detentores da tecnologia de geração de dados primários de sensoriamento remoto.
Hoje, praticamente todas as instituições ligadas ao meio ambiente e recursos naturais no Brasil são usuárias das imagens dos CBERS.
As imagens do satélite do INPE são usadas em importantes campos, como o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, o monitoramento de recursos hídricos, áreas agrícolas, crescimento urbano, ocupação do solo, em educação e em inúmeras outras aplicações.
Ao todo, já foram lançadas 6 versões do CBERS, sendo a última em 20 de dezembro de 2019, ainda está operação. O custo foi de US$ 113,5 milhões.
Com novo o acordo firmado entre Brasil e China, o modelo chegará à sua 7ª versão.
Sobre o INPE
Com sede em São José dos Campos, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi criado em 1961 com o objetivo de capacitar o país nas pesquisas cientificas e nas tecnologias espaciais.
Ao longo dos anos, suas atividades se ampliaram. Atualmente, o instituto é referencia internacional em pesquisas de ciências espaciais e atmosféricas, engenharia espacial, meteorologia, observação da terra por imagens de satélite e estudos de mudanças climáticas.
O INPE tem instalações em doze cidades: São Paulo, Brasília, Alcântara, Atibaia, Belém, Cachoeira Paulista, Cuiabá, Eusébio, Natal, Santa Maria, São Martinho da Serra e São Luís.
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