Mapa Musical SJC: nova plataforma vai revelar a história da música na cidade

Amigas e amigos leitores, peço desculpas pela ausência… Trabalhar pela cultura exige abrir tantas frentes quanto possível para manter o vagão em movimento, ainda que com pouca lenha para queimar.

Mas o motivo é nobre: em breve, mais exatamente em maio, São José dos Campos ganhará um presente realizado pela equipe do Centro de Documentação Musical (CDM), projeto que coordeno em São José dos Campos.

Cabe aqui um esclarecimento: o CDM SJC é um projeto independente, idealizado por mim e acolhido pela SOCEM (Sociedade de Cultura e Educação Musical) em parceria com a AFAC (gestora do Parque Vicentina Aranha), que cede os espaços e oferece apoio institucional para a preservação do patrimônio musical regional e brasileiro.

Estamos a mil para entregar o “Mapa Musical SJC” (Edital Bolsa de Pesquisa N.003/FCCR/2024), uma plataforma aberta, acessível e disponível no site do CDM, dedicada à história musical da cidade ao longo de 100 anos.

Sim… São José dos Campos tem muita, mas muita história para contar. Esse passado, pouco conhecido, esteve por muito tempo guardado em arquivos (públicos e privados), livros, jornais, pesquisas acadêmicas, fotografias e, mais recentemente, em plataformas digitais como redes sociais, sites e YouTube.

Entretanto, essas informações preciosas não estavam reunidas nem organizadas por assunto, década, artista, gênero musical, tipos de documentos, relatos, entrevistas, grupos artísticos ou personalidades. É exatamente isso que a nova plataforma oferecerá: um acesso completo e estruturado a essa riqueza cultural.

Estamos organizando tudo com afinco. Um detalhe importante: vamos relacionar as informações encontradas aos locais onde os acontecimentos ocorreram na cidade.

Já imaginou a possibilidade de explorar São José dos Campos a pé, descobrindo sua história musical? Mal posso esperar! E acredito que vocês também não.

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Alguns spoilers…

No final da década de 1970, a cena musical joseense já possuía uma estrutura robusta. Eram oito cinemas, dois cine-teatros (um no CTA), 19 associações culturais, nove associações de classe, quatro bibliotecas semipúblicas e três emissoras de rádios.

A cidade contava com o Museu Histórico e Pedagógico “José de Anchieta”, o Museu da Imagem e do Som (MIS), uma Escola de Belas Artes, uma Rádio Teatro, tinha Festival de Canção, Festival de Música, Semana de Arte e Cultura, um conservatório, vários corais e orquestras, grupos de seresta e corporações musicais (bandas de sopro) e vários músicos e musicistas — de diferentes gêneros e expressões musicais.

Quase tivemos também um Instituto de Artes, que manteria uma Escola de Artes Plásticas e uma Escola de Música, com formação pública em nível médio e superior. Teria sido a cereja do bolo para coroar tamanha potência cultural.

Esse passado extremamente rico e diverso – e claro que estou apresentando apenas um pequeno recorte – impulsionou a cidade a ser reconhecida como a principal referência cultural da região.

Pois bem, boa parte dessa história desconhecida (ou pouco lembrada) certamente fará você repensar São José dos Campos. Somos uma cidade tecnológica, sim, mas também temos um legado cultural impressionantemente belo.

Aguarde!

Dicas da Dra.

Confira a programação mensal do CDM SJC/SOCEM em parceria com a AFAC:

Fonoteca e Biblioteca do CDM SJC

• Visitas agendadas todos os sábados, das 9h às 12h;
• Consulta a LPs e livros cadastrados no site;
• Agendamentos pelo formulário.

Quintas do Choro

• Celebração do reconhecimento do Choro como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo IPHAN;
• Dia 20 de março (quinta-feira), das 18h30 às 20h30, no Pavilhão Marina Crespi;
• Músicos profissionais e amadores podem trazer seus instrumentos. Basta comparecer!

5 Linhas para Conhecer a Música

• Encontros sobre leitura de partituras, notas, ritmos e execução de instrumentos.
• Próximo encontro: 29 de março (sábado), das 10h às 11h30, na Sala 51 (ao lado da Sala de Leitura do Parque Vicentina Aranha).
• 50 vagas gratuitas
• Inscrições pelo formulário.

SJC: Retratos Musicais

• Exposição que revela a paixão pela música em diferentes gerações.
• Seis participantes selecionados via edital CDM SJC e AFAC.

Quer apoiar o CDM? Somos uma iniciativa independente. Acesse nossa página na plataforma Catarse e contribua. Passe a acompanhar a gente no Instagram (@cdmsaojose) e confira mais informações sobre o projeto no site.

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Raquel Aranha

Bio: Pós doutora em Musicologia (Unesp), Doutora em música (Unicamp), estudou na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando (Madri), bacharel em Violino Barroco (Conservatório Real de Haia/Holanda), especialista em Dança Barroca e bandolinista. Em 2022 fundou o CDM (Centro de Documentação Musical) para a preservação do patrimônio musical de São Joé dos Campos.

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