Um aplicativo que conecta agentes da reciclagem para aumentar a renda dos catadores e melhorar o destino dos materiais. Uma bicicleta híbrida de três rodas alimentada por pedaladas ou energia solar. Um mictório sustentável que reduz o odor da urina e a transforma em um fertilizante orgânico. Grandes ideias sustentáveis, desenvolvidas em diferentes partes do mundo, mas reunidas em uma só plataforma criada justamente para facilitar o encontro de projetos assim.
O Instituto Regeneração Global é quem faz essa ponte. Nascido em São José dos Campos, ele atua desde 2018 para promover soluções que contribuem para a regeneração e equilíbrio da sociedade. Hoje são mais de 900 projetos de 40 países unificados no que chamam de “WikiSolution”, a rede de busca e encontro de ideias de gente disposta a mudar o planeta.
O sucesso dos últimos anos levou o instituto a dar um grande passo e anunciar nesta semana a inauguração de sua primeira sede fora do país, em Toulouse, na França, cidade referência em inovação e no setor aeroespacial. Por lá, o IRG é ARG (Association Régénération Global) e pretende colaborar com uma comunidade global ainda mais ampla na busca por soluções socioambientais e pelo avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O instituto em 2021 participou de uma campanha de financiamento coletivo para construção de uma escola no Malawi, na África, e neste ano deve participar de uma nova campanha para a fundação de um colégio em uma vila remota no Nepal, na Ásia. Conversamos com o presidente do IRG, Fabiano Porto, sobre os novos projetos do instituto, a sede francesa e como o Regeneração Global espera impactar o planeta nos próximos anos. Confira abaixo.
Toulouse foi escolhida como nova sede do IRG por ser “irmã de vocação” de São José dos Campos, também referência no setor aeroespacial, tecnologia e inovação (Créditos: Reprodução/Toulouse Turism)
Qual será a principal atuação desta nova sede na França? Ela terá um papel diferente? a ideia é se aproximar de grandes corporações?
A principal atuação dessa nova sede na França é expandir nossos projetos internacionalmente. Então, tanto o Jogo da Regeneração, que é nossa ferramenta pedagógica, quanto o conceito da WikiSolution e outros projetos que nós já realizamos, iremos expandir e aperfeiçoar com atuação internacional.
Outro papel será também atuar em parceria com organização internacional para a construção de escolas em áreas carentes. Nós já realizamos uma atuação em Malawi (África) e a próxima está prevista para o Nepal (Ásia). Então, essa sede internacional vai permitir também receber doações para esse projeto que nós temos em parceria com o BuildOn, dos Estados Unidos.
Além disso, nós iremos trabalhar com a questão dos objetivos de desenvolvimento sustentável, que na Europa é muito mais forte que aqui no Brasil, e também com o conceito de crédito de carbono. Então, a atuação nossa será expandida para novos mercados a partir da Europa agora.
Uma sede na Europa só demonstra o quanto o projeto se expandiu. Mas fico curioso… como o instituto saiu do papel em São José dos Campos? E como ele veio se tornar global, atingindo tantos países como faz hoje?
O Instituto nasceu de uma inquietação interna minha muito grande de agir, de fazer alguma coisa para contribuir com esses tempos de transição que nós vivemos e só se tornou realidade pelo apoio de várias pessoas, amigos e parceiros que se uniram a essa causa e expandiram para que se tornasse realidade.
E o projeto da WikiSolution, que é a Biblioteca Colaborativa de Soluções, ela nasceu para ser global mesmo, para ser expandida por todo o mundo. Para que pudéssemos ter pela primeira vez uma vitrine de soluções, de iniciativas colaborativas, e pública, aberta para que todas as pessoas do mundo pudessem ter acesso para entrar em contato, fazer parceria, implementar em suas casas, empresas, órgãos públicos.
É muito bacana ver isso expandindo. Hoje nós somos a única e a maior biblioteca voltada com esse objetivo, com quase mil soluções de 40 países e a gente já nasceu com esse objetivo de, aos poucos, ir avançando para outras regiões do mundo de uma maneira colaborativa, sempre trabalhando com foco no desenvolvimento regenerativo, pois nós acreditamos que apenas a sustentabilidade não basta mais, nós temos que buscar a regeneração.
Vocês facilitam o caminho do relacionamento entre quem produz soluções inovadoras e sustentáveis e de quem deseja encontrar essas soluções. Criaram uma rede para isso. Mas como vocês fazem essa curadoria dos projetos que são reunidos na plataforma? Hoje vocês têm projetos de gente pequena, como professores, até grandes empresas e companhias?
Exato, pense na seguinte situação: nós vivemos num mundo ultraconectado. Todo mundo já ouviu falar sobre a preocupação do meio ambiente, todo mundo falando de inovação. Mas por que nós não temos um local na internet que possa reunir de forma colaborativa justamente essas iniciativas que já existam, estão em desenvolvimento, e que podem ajudar na sustentabilidade e na regeneração do mundo?
A gente fez essa pergunta em 2017. Pesquisamos no mundo, não encontramos nenhuma iniciativa como essa e começamos a criar. Essa é uma plataforma aberta, colaborativa que qualquer pessoa pode entrar, inserir soluções. Isso vai para um comitê moderador, onde uma equipe nossa faz a curadoria dessas informações, checando as informações para ver a veracidade, para corrigir algum erro que pode ter, e isso vai ser publicado no site.
No portal nós temos de tudo, nós temos startups, pequenas empresas, grandes empresas, iniciativas de centros de pesquisa, instituições de ensino, grupos de alunos, até soluções já consolidadas e famosas no país e no mundo. Então a ideia é ser uma vitrine global colaborativa de soluções onde as pessoas podem acessar livremente as soluções e entrar em contato, saber mais sobre elas.
Como vocês esperam impactar o mundo dentro dos próximos dez anos? o que vocês imaginam fazer/mudar até 2034?
Próximos dez anos, nós esperamos consolidar o conceito da WikiSolution no planeta, trazendo acessos de todos os países do mundo para essa plataforma, com parceria com milhares de centros de pesquisa, incubadores, parques tecnológicos e locais que estão fomentando iniciativas que contribuem para a sustentabilidade e para a regeneração do planeta.
Esperamos também formar uma rede de iniciativas, grupos e organizações que atuem em prol da regeneração e favorecer o fortalecimento desse conceito do desenvolvimento regenerativo, para que a gente comece a pautar nossas decisões públicas e privadas, não apenas na sustentabilidade, mas na regeneração. E também esperamos que nos próximos dez anos estar presente em mais regiões do mundo, atuando de uma maneira colaborativa com uma governança participativa de diversos setores, e assim, o Regeneração Global ser uma organização verdadeiramente global para apoiar soluções que estão trabalhando pela regeneração de uma maneira bem efetiva.
Já pensaram em virar uma rede social? Algo como um LinkedIn das soluções sustentáveis?
Então, tivemos algumas propostas de adaptar uma rede social para contemplar essa comunidade de soluções. Essa é uma possibilidade que a gente não descarta, mas neste momento nós acreditamos que o foco realmente é nós levarmos a relevância e o alcance dessa plataforma global para aos poucos ir formando essa comunidade de pessoas voltadas para soluções. Então, quem sabe essa ideia se torne realidade num futuro próximo.
Vi que há programa de voluntariado, grupos e tal. Como as pessoas podem ajudar, tanto presencial quanto à distância? Há ações, atividades sendo desenvolvidas em SJC ou no Vale?
Sim, as pessoas que se sentirem motivadas a vir participar do IRG são super bem-vindas. Nós temos diversas possibilidades de trabalho voluntário, desde a parte de comunicação, administração, organização de eventos, a própria curadoria da WikiSolution e os trabalhos relacionados a ela. Então, são várias as possibilidades para quem gostaria de ajudar e somar força para gente. Nós temos um cadastro no nosso site, ou também enviando mensagem em nossas mídias sociais, é possível saber mais e somar força com a gente nesse trabalho.
Para mais informações sobre as soluções disponíveis, a atuação do instituto e como contribuir, acesse o site do IRG.
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