A participação do Vale do Paraíba nas Olimpíadas de Paris 2024 chegou ao fim nesta segunda-feira (5). Com o bronze do surfista Gabriel Medina, de São Sebastião, a região se despede com duas medalhas e um gostinho de quero mais. E de que poderia mais também.
A começar pelo próprio Medina, um dos oito atletas que a região enviou para os Jogos de Paris, a sensação que fica é de que dava para ter alcançado lugares mais altos. O surfista teve uma participação mágica, protagonizou o que talvez seja a foto mais emblemática desta edição e ainda deixou seu nome cravado num recorde olímpico: nota 9.9 nas oitavas de final. Merecia o ouro que não veio.
Gabriel Medina, do surfe, e Rafael Macedo, do judô, os dois medalhistas de bronze que saíram do Vale do Paraíba (Créditos: Divulgação/COB)
Nas semifinal, foi punido pela natureza. A falta de ondas durante a bateria contra o australiano Jack Robinson em Teahupo’o, no Taiti, deixou o brasileiro sem recursos para dar o seu show. As pouquíssimas que vieram levaram o adversário para a final.
Filipe Toledo, de Ubatuba, também tinha grande chance de pódio no surfe, mas acabou eliminado cedo. Voltou para casa nas oitavas derrotado pelo japonês Reo Inaba – perder para o Japão parece ser a sina dos brasileiros nestas Olimpíadas. O sonho da medalha fica para Los Angeles em 2028.
O outro medalhista da região foi o judoca Rafael Macedo, de São José dos Campos, que conquistou o bronze no judô por equipes em uma disputa emocionante contra a Itália.
A modalidade por equipes tem times mistos de três homens e três mulheres. Cada país pode inscrever dez judocas ao todo, mas utilizar apenas oito deles durante a campanha.
Na disputa pelo bronze, que terminou apertada, em 4 a 3 no desempate, o joseense foi o primeiro a lutar. Da categoria até 90kg, Rafael enfrentou Christian Parlati. Logo no começo da luta foi punido por uma pegada dentro da manga do adversário, mesmo “shidó” que o fez perder a medalha de bronze no individual dias antes.
Na metade do duelo, Rafael levou uma segunda punição – três levam à desclassificação – e mudou sua estratégia. Passou a ser mais agressivo e buscar golpes para a queda do italiano. A luta se arrastou, foi para golden score (uma espécie de prorrogação do judô) e foi aí que a vitória veio: aplicou um ippon e deixou os brasileiros na vantagem.
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Junto do joseense, também ganharam o bronze pelo time brasileiro Rafaela Silva, Bia Souza, Ketleyn Quadros, Larissa Pimenta, Daniel Cargnin, Willian Lima, Guilherme Schimidt, Leonardo Gonçalves e Rafael Silva, o Baby.
Gustavo Bala Loka, representante de Taubaté, chegou à final do ciclismo BMX freestyle, mas ficou de fora do pódio. Em sua melhor volta na decisão, na pista do La Concorde (Praça da Concórdia), o ciclista superou a casa dos 90 pontos e ainda assim acabou apenas na 6ª posição.
Mesmo sem medalha, ele deixou uma marca positiva. Bala Loka teve o melhor desempenho de um brasileiro nas modalidades do ciclismo em Olimpíadas. Uma marca a ser batida e que nos próximos Jogos Olímpicos ele mesmo pode superar.
O time Vale do Paraíba também tinha atletas em outras três modalidades: skate, vela e rugby. É impossível falar em decepção quando se está no olimpo do esporte mundial, mas ao competir por medalhas, é inevitável que alguns deuses saiam perdendo.
Ainda que o skate tenha fama de good vibes e os próprios skatistas encarem uns aos outros mais como irmãos do que adversários, a torcida em São José dos Campos era Pâmela Rosa contra tudo e contra todos.
Depois de ficar sem medalha em Tóquio 2020, a multicampeã queria subir ao pódio em Paris. Mais uma vez, o tornozelo não deixou.
No mesmo sacrifício das últimas Olimpíadas, Pâmela subiu no skate e deu seu melhor, mas dessa vez sequer chegou à final. A skatista terminou a fase preliminar em 9º lugar, uma posição abaixo da zona de classificação. À CazéTV, ela desabafou.
“Parece que a história se repetiu de novo, né? Dois dias antes da competição eu torci o pé de novo, mas tá bom. Só de estar aqui e representar o skate feminino é muito gratificante”, disse a joseense.
De Ilhabela, Mateus Isaac se lançou no mar de Marselha e amargou o 16ª lugar geral na vela iQfoil. Para avançar de fase, ele precisava fechar a etapa classificatória até a 10ª posição.
Sua estreia em Olimpíadas não foi das melhores, mas há margem para crescimento. A modalidade foi incluída nos Jogos Olímpicos agora em Paris e deve ganhar ainda mais projeção para as próximas edições.
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iQFoil é um formato de windsurfing em que a bolina da prancha – que dá sustentação à vela – é substituída por um foil (asa). Ou seja, em vez de flutuar, o barco parece voar, graças ao uso de hydrofoils (asas aquáticas) presas ao fundo do barco, que o levantam totalmente da água em alta velocidade.
A seleção feminina de rugby sevens terminou na 10ª colocação, sua segunda melhor campanha na história, e duas atletas de São José dos Campos tiveram participação nisso: Mariana Nicolau e Milena Mariano, dupla do São José Rugby.
Tudo bem que as Yaras (como são chamadas as jogadoras do Brasil) perderam para França, Estados Unidos e Japão, mas a partida contra Fiji garantiu um dos momentos mais legais da modalidade em Paris.
O jogo foi disputado até o fim, era ponto lá e cá. Faltando poucos segundos para terminar a partida, o placar marcava 22 a 21 para as adverárias. Parecia tudo perdido, até que Yasmin deu uma arrancada impresionante no último lance e fez o try que garantiu a primeira e única vitória do Brasil na competição.
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