Faz um ano e nove meses que começou a invasão russa em grande escala. Na Ucrânia, o cansaço com a guerra se faz sentir e as opiniões divergem.
A maioria das pessoas com quem converso não quer ouvir falar de acordo com a Rússia enquanto todo o território ocupado não for recuperado, enquanto toda a população sob controle russo não for liberada e enquanto todas as crianças levadas para território russo não forem devolvidas.
Foto do monumento à Mãe Pátria, em Kyiv, após a primeira neve do ano (Foto: Libkos)
Outras são menos esperançosas e, por não verem possibilidade concreta de se acabar a guerra em breve, favorecem algum tipo de acordo que ponha fim ao sofrimento. Mas, no geral, o espírito combativo ucraniano continua mais forte do que o desânimo.
Conforme apontam pesquisas recentes, 60% da população ucraniana diz que a Ucrânia deve continuar lutando até a vitória — 10% a menos do que na mesma época no ano passado.
O apoio é mais pronunciado nas regiões centrais e do norte, como em Kyiv (72%), bem como no oeste ucraniano (71%).
Claro, essas são as regiões onde, atualmente, menos se sente o impacto da guerra. No sul, parte do qual está sob ocupação desde 2022, apenas 45% favorecem continuar a guerra; no leste, onde os combates mais duros ocorrem no momento, são 52%.
No sul e no leste, respectivamente, 41% e 39% preferem um fim negociado à guerra.
Apesar do cansaço com a guerra, a maioria dos ucranianos não quer um acordo. São dois os principais motivos.
Primeiro, porque uma grande parte da população ucraniana se encontra sob ocupação russa. Não é preciso ter estado em Kherson e conversado com quem viveu a realidade do governo ocupante para entender que não existe segurança ou liberdade com o domínio russo. Um acordo simplesmente poria fim às esperanças de todos os ucranianos em território ocupado.
Segundo, porque a visão predominante é de que, se houver uma pausa na luta, a Rússia aproveitará para fortalecer seu exército e atacar novamente em alguns anos.
Foi isso que já aconteceu antes, com as inúmeras violações dos Acordos de Minsk. A essa altura, todos sabem que a palavra de Putin de nada vale. Tampouco valem as famigeradas “garantias de segurança”. Em 1994, no Acordo de Budapeste, a Rússia assinou uma garantia de que respeitaria a soberania e integridade territorial da Ucrânia — um acordo que começou a violar exatamente 20 anos depois, ao anexar a Crimeia.
Sendo assim, a única garantia em que a Ucrânia pode confiar é a força das armas. E aqui temos o dado mais interessante da pesquisa: 95% da população ucraniana apoia as forças armadas. Antes de 2022, o exército já era a instituição mais favorecida pelos ucranianos, e as duras realidades da guerra só reforçaram esta convicção.
A Ucrânia tem seus problemas e seus dissabores, com ou sem guerra. Mas no final de contas, uma coisa é inegável: as pessoas reconhecem, claramente, que só é possível continuar vivendo em relativa tranquilidade, desfrutando da liberdade de um país democrático, graças ao sacrifício dos que lutam no fronte.
E assim, sempre que passa o cortejo fúnebre de um militar, as pessoas se reúnem às centenas e milhares para uma última homenagem, de joelhos, ao defensor da pátria morto. É uma cena tocante, que se repete frequentemente, e que parece fortalecer ainda mais o espírito ucraniano.
Hoje a Ucrânia marca o anual dia de lembrança do Holodomor, o genocídio pela fome executado pela União Soviética na década de 30. E apesar do sofrimento e das desilusões, o país, como um todo, continua marchando na direção da esperada vitória.
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