Como nasce um artista? Para o jovem João Malbec Franco Lacaz Ruiz, de 19 anos, basta a intenção de comunicar algo, seja por meio de um desenho, pintura ou escultura, por exemplo.
Nascido em São José dos Campos, Malbec – sim, como a uva, mas essa é outra história – vive atualmente em Minas Gerais, onde cursa História na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). Entre aulas acadêmicas e leituras, sempre há espaço para rabiscar algumas coisas.
“Acho que a gente precisa descansar também, o problema (ou solução) é que eu descanso desenhando”.
A relação do estudante com a arte vem de berço: com incentivos da mãe, que inspiram o lado da gastronomia, literatura e música e, do pai, que é fotógrafo e também aposta em desenhos e pinturas. Os livros e fotografias em casa também instigaram a seguir esse caminho. Não tinha como o menino fugir desse universo.
Tanto que, na última semana, ele venceu um concurso online de desenho da Escola de Artes Digitais Revolution, sediada em Curitiba.
O desafio era produzir uma arte com base em um dos cinco quadros de referência. O escolhido do artista, foi o “Origens” que tinha como inspiração imagens do povo indígena, da fauna e da flora amazônicas.
Ilustração de Malbec Lacaz que ganhou premiação (Créditos: Arquivo pessoal)
A vontade de participar da competição e a escolha dos elementos veio a partir de uma disciplina da faculdade intitulada “Tópicos de História Indígena”, na qual são abordados aspectos da cosmologia indígena por meio de etnólogos.
Com os conceitos apresentados em sala de aula e do moodboard disponibilizado pela escola de artes, surgiram ideias para explorar na arte vencedora, que ele explica:
“O espaço em branco significa justamente o silêncio e o momento de contemplação do indígena para com os peixes”.
A colocação veio em primeiro lugar e o prêmio é uma mesa digitalizadora, que impulsiona o artista a continuar os estudos.
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O lado artístico de Malbec começou a se desenvolver na infância, por volta dos cinco anos. Mas a paixão juvenil pela bola e videogame vieram logo em seguida, o afastando dos desenhos.
“Eu desenhava bastante quando era criança, mas comecei a estudar desenho em 2019. Gostei tanto das possibilidades que até parei de jogar videogame”.
Os jogos eletrônicos ficaram um pouco de lado, porém, como os custos com a pintura tradicional costumam ser bastante caros, o digital continua presente em sua vida. Na verdade, lápis e touch se complementam na produção dos desenhos. O jovem exprime a preferência pelas artes tradicionais, mas no fim das contas, um complementa ao outro.
“Apesar das mídias se distinguirem bastante no comportamento de tinta, os fundamentos de teoria da cor, composição total e valores são os mesmos para as duas mídias. O que eu treino no digital me ajuda no tradicional, bem como o que eu treino no tradicional me ajuda no digital”.
Com o passar do tempo, o conhecimento teórico permite o desenvolvimento da técnica a qual o artista pode chamar de sua. Veja como diferentes técnicas podem ser utilizadas pela mesma pessoa:
João é um jovem comum. Treina futsal e tênis de mesa na faculdade. Tem dado prioridade para leitura, essencial para a graduação que está cursando. Tudo isso é importante para adquirir repertório.
“Qualquer experiência que gere algum tipo de acréscimo [de conhecimento] te ajuda. Sempre vai agregar na sua arte, e principalmente na sua percepção de mundo”.
Para Malbec, a parte técnica já se tornou “‘natural’, de tanto tempo estudando. Mas mesmo assim todos os dias eu estudo”, conta.
João Malbec aprendeu a ser artista com estímulo dos pais (Créditos: Arquivo pessoal)
Para o futuro ele diz que gostaria de escrever e ilustrar seus próprios livros, voltados para o público infantil. Ao mesmo tempo, conciliar esse trabalho com ser professor: “Acho o ensino de história muito importante, principalmente nos tempos atuais, no que diz respeito à nossa relação com a temporalidade”.
Apesar da pouca idade, o menino se mostra decidido sobre os caminhos que quer trilhar. Seja com lápis, giz de cera, lápis de cor, tinta ou mesa digitalizadora, um artista se faz com técnica, mas mais do que isso, repertório, autenticidade e estilo próprio.
“Depois de um tempo estudando desenho você ‘para de se importar’ muito com a técnica, no sentido de que você não precisa quebrar tanto a cabeça para resolver problemas mais basilares como proporção, anatomia etc, e começa a se importar mais com perguntas do tipo: essa é a melhor maneira de passar a mensagem por meio da pintura? Quais sensações essas cores estão evocando? Os elementos estão claros?”.
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