Em 2014 eu fiz um test-drive com um carro autônomo no campus da USP em São Carlos, projeto desenvolvido pelo professor Denis Wolf, do Departamento de Sistemas de Computação na universidade. O título da reportagem foi: “Em dez anos, o carro vai dirigir melhor que o homem”.
Não é que o ensaio sobre futurismo desta vez (quase) funcionou? Quase porque o carro que anda sozinho, sem o menor controle dos ocupantes, ainda não é realidade, mas ele já roda em algumas cidades, nos Estados Unidos e na China, em ambientes geograficamente controlados. São modelos usados em serviço público e que dispõe da tecnologia Nivel 4 de autonomia.
A Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), entidade mundial que dita normas sobre veículos automotores, classifica o carro autônomo em seis níveis no que se refere a tecnologias de assistência ao motorista. O Nível 0 é quando o carro tem dependência total do motorista e o nível 5 é aquele que tem total autonomia.
O nível um é o carro que tem piloto automático, sensor de estacionamento, faz a baliza sozinho e assistente de centralização da pista para manter o carro na faixa, ou o controle de velocidade adaptativo, que mantém o automóvel a uma distância segura do tráfego à frente, por exemplo. A maioria dos carros vendidos no Brasil já conta com esses sistemas.
No nível dois, o carro acelera, freia, estressa o volante sozinho. E possui os equipamentos combinados; o carro é dotado de sistemas avançados de assistência à direção, o ADAS, e pode assumir a direção, aceleração e frenagem em cenários específicos. O motorista pode até tirar as mãos do volante por alguns instantes, mas é sempre alertado pelos sensores pra voltar a controlar o carro.
O nível três é o primeiro que dispensa a atenção do motorista durante a condução, que pode realizar outras tarefas durante a viagem, como usar o celular e assistir um vídeo na tela, sem precisar estar totalmente atento à via. O carro usa vários sistemas de assistência ao motorista e inteligência artificial e “enxerga” mudanças de situações, alterando os parâmetros quando necessário. Ainda é preciso que um dos ocupantes seja motorista habilitado, pois ele poderá ter que assumir o controle caso necessário.
O nível quatro já funciona, como foi dito, de forma controlada, isso porque, não basta o carro ser autônomo, é preciso que as cidades tenham infraestrutura para que a tecnologia funcione. A rodovia, as ruas e avenidas também precisam ser inteligentes.
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Em São Francisco, na Califórnia, e em Wuhan, na China, táxis autônomos, os chamados robotáxis, normalmente elétricos (que são nível quatro), circulam pelas ruas transportando pessoas sem o auxílio de um motorista.
Dotados de inúmeras câmeras e sensores, no teto, nos para-lamas dianteiro e no para-choque traseiro, eles operam corridas na região urbana e podem ser acionados pelo passageiro pelo aplicativo no celular. O computador faz o mapeamento 3D da área onde ele vai rodar, detectando os sinais da via, os outros veículos e pedestres, bem como situações inusitadas.
De uma forma geral, eles circulam de forma cautelosa, em baixa velocidade, mesmo assim, há caso de acidentes, embora numa proporção muito menor do que os provocados por veículos conduzidos por humanos.
Imagino que você deve estar pensando que esses carros custam uma fortuna. No caso do robotáxi chinês, o RT6, acredite, o seu preço é equivalente a um SUV compacto a combustão vendido no Brasil. O RT6, equipado com um motor elétrico de 110 kW, fornecido pela BYD, custa o equivalente a R$ 149 mil e até o final deste ano, mil unidades estarão rodando pelas ruas de Wuhan, oferecendo corridas a preços populares, equivalente ao nosso Uber.
Quer dizer, o carro que anda sozinho caminha a passos largos. Para uso público ele já é realidade nos países onde a infraestrutura oferece a tecnologia necessária para a sua operação. Para uso particular, a máquina que vai substituir o homem – o autônomo Nível cinco – ainda tem, mesmo no Primeiro Mundo, um caminho a percorrer. No Brasil, uma longa caminhada.
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