A COP 28 em Dubai foi um marco na história ambiental, onde vimos líderes e delegados de todo o mundo se comprometendo com ações concretas contra as mudanças climáticas.
Entre aplausos e emoções, destacou-se a figura de Sultan Al Jaber, da companhia de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, evidenciando um paradoxo inesperado: o líder de uma gigante petrolífera presidindo um acordo histórico para se afastar dos combustíveis fósseis.
O texto admite a importância de diminuições significativas, imediatas e contínuas nas emissões de carbono para que a humanidade possa restringir o aumento da temperatura global a 1,5ºC.
Por outro lado, o documento não detalha o método de implementação da transição energética, nem indica as fontes de financiamento que serão empregadas. Notavelmente, não menciona a eliminação completa dos combustíveis fósseis e indo além, não estabelece metas específicas ou um cronograma para sua realização.
Contudo, em meio a este cenário progressista, emergem preocupações pertinentes sobre o papel do Brasil. Historicamente um defensor da sustentabilidade, o Brasil parece ter adotado uma postura ambivalente em Dubai. Por um lado, o governo brasileiro discursa sobre a importância de preservar o meio ambiente, reiterando seu compromisso com as metas de sustentabilidade. Por outro, assistimos a uma contradição flagrante: o anúncio de um leilão de petróleo em ecossistemas frágeis e paraísos ambientais.
O relatório do Instituto Arayara revela que 15 Unidades de Conservação, 23 terras indígenas e cinco territórios quilombolas serão afetados pelos blocos ofertados neste ciclo da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Entre as Unidades de Conservação ameaçadas, estão os montes oceânicos em Fernando de Noronha e a região de Abrolhos.
Este leilão representa não apenas um risco iminente para a biodiversidade única dessas regiões, mas também um sinal preocupante de que as ações do Brasil estão em desacordo com suas palavras. Ao promover a exploração de petróleo em áreas sensíveis, o governo brasileiro põe em xeque sua credibilidade em questões ambientais, contradizendo o espírito de progresso e cooperação observado na COP 28.
A questão que se impõe é clara: até que ponto o Brasil está disposto a caminhar lado a lado com suas declarações ambientais? Em um mundo cada vez mais atento à integridade ESG (Environmental, Social, and Governance), essa contradição não só prejudica o ambiente, mas também a posição do Brasil no cenário global.
É imperativo que o Brasil reveja suas políticas e ações, alinhando-as com os compromissos ambientais que professa. O momento exige mais do que discursos. Requer ações concretas e coerentes que reflitam verdadeiramente um compromisso com o futuro sustentável do planeta.
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