A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28) é um evento global crucial para debater e tomar decisões acerca do futuro sustentável do nosso planeta. Nesse contexto, a participação do Brasil, uma nação rica em biodiversidade e recursos naturais, é sempre aguardada com expectativas. No entanto, a edição de 2023, a ser realizada nos Emirados Árabes, apresenta nuances contraditórias que merecem uma análise mais crítica.
O Pavilhão Brasil, espaço dedicado a promover as iniciativas e compromissos do país em prol do meio ambiente, trará junto uma seleção controversa de empresas: Vale, Braskem, Syngenta e Petrobras. Escolhidas por um grupo misto de governantes, representantes da sociedade civil e do setor privado, essas companhias carregam históricos de incidentes e práticas questionáveis em termos ambientais.
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A mineradora Vale, responsável pelo desastroso rompimento de uma barragem em Brumadinho (2019), que resultou na morte de 270 pessoas, exemplifica a contradição do discurso oficial de compromisso com a sustentabilidade. A Controladoria-Geral da União, em março do ano anterior à COP-28, acusou a empresa de corromper o sistema de fiscalização federal, um ato grave que compromete a integridade da governança ambiental.
A Braskem, gigante do setor petroquímico, provocou um desastre ambiental urbano em Maceió, com a mineração levando ao afundamento do solo e à consequente desocupação de 14 mil imóveis. A Justiça determinou indenizações, reconhecendo os danos causados pela empresa, que ainda são motivo de debates e cálculos sobre os reais prejuízos.
No setor agroindustrial, a Syngenta destaca-se pela venda massiva de agrotóxicos proibidos na União Europeia, uma prática que coloca em xeque o compromisso do Brasil com a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e seguras. A empresa foi inclusive investigada por supostamente ocultar informações de um insumo altamente poluente em uma fiscalização do Ibama.
A Petrobras, apesar de ser uma das maiores empresas brasileiras e ter um papel central na economia do País, também enfrenta fortes críticas. Seus planos de explorar petróleo na Foz do Amazonas, no Amapá, encontram resistência de ambientalistas (e da sociedade civil) foram barrados pelo Ibama, ainda que a empresa tenha recorrido da decisão.
Portanto, nesse panorama, o Pavilhão Brasil na COP-28 torna-se um palco de contradições. Por um lado, o País proclama seu caminho rumo a um futuro sustentável; por outro, o faz com empresas com históricos de danos ambientais significativos. Essa discrepância entre o discurso e a prática revela os desafios que o Brasil enfrenta para alinhar seu desenvolvimento econômico às exigências de preservação ambiental, justiça social e responsabilidade corporativa.
Cabe aos participantes da COP-28, aos cidadãos brasileiros e à comunidade internacional questionar, fiscalizar e demandar coerência e ação efetiva. O futuro sustentável do Brasil e do planeta depende de escolhas conscientes e de um compromisso inabalável com a proteção ambiental, além da coragem para responsabilizar aqueles que falham em cumprir com esses princípios essenciais.
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