A 56ª Semana Cassiano Ricardo será aberta amanhã (15), celebrando os 100 anos da entrada do poeta joseense nas fileiras do Jornalismo, atividade enredada na sua extensa carreira literária. E vice-versa.
A programação da Semana Cassiano Ricardo, com a novidade de estar integrada este ano à Flim (Feira Lítero-musical), tem a curadoria do jornalista Júlio Ottoboni (veja abaixo a programação completa).
Cassiano Ricardo em noite de autógrafos de “Os Sobreviventes”, em São José dos Campos; foto está no livro “Cassiano – Fragmentos para uma Biografia” (Foto: SP RIO+)
Não se fala em trajetória poética de Cassiano Ricardo sem falar no Jornalismo que praticou com extrema dedicação, principalmente quando fez do Correio Paulistano, nos anos 20, uma espécie de plataforma para a poesia modernista.
Décadas depois, no jornal A Manhã, durante o Estado Novo, comandou um Jornalismo em simbiose com o nacionalismo de Getúlio Vargas. De Martim Cererê à Marcha para o Oeste. De inimigo a amigo de Getúlio.
É certo que Cassiano entrou no Jornalismo “pra valer” ao assumir a direção do Correio Paulistano, em 1923, função que se estendeu até 1930. O Correio Paulistano era o mais antigo jornal de São Paulo. Para sua carreira de poeta, foi um dos períodos mais eletrizantes.
Quando Cassiano entrou na redação do Correio Paulistano, encontrou por lá Menotti Del Picchia e Plínio Salgado, tornando-se um “modernista convicto”, quase um infiltrado, lembrando que iniciou sua atividade como redator da secção judiciária no Tribunal de Justiça, sentando-se ao lado do jornalista de O Estado de S. Paulo. Foi uma escola.
Cassiano Ricardo foi convidado por Getúlio a assumir a direção do A Manhã em 1940. Estudiosos dizem que Getúlio se identificara com a mensagem bandeirante de Marcha à Oeste, a obra ensaística de peso do poeta joseense. Cassiano esteve à frente da publicação até 1945.
O vínculo do jornal com o governo não era escondido de ninguém. Era expresso nos editoriais escritos por Cassiano e subliminarmente estava no noticiário diário: a repetida fotografia do presidente desembarcando na capital depois de conhecer mais um ponto da grande pátria. Era uma propaganda.
Antes do Correio Paulistano e do jornal A Manhã, o poeta viveu outras experiências, em redações sempre aceleradas.
Depois de concluir o Curso de Direito na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1917, Cassiano entrou para a chamada grande imprensa, como cronista parlamentar de O Dia, quando passou a conviver com os principais políticos da época, a decifrar seus empolados discursos. Ao se transferir para o Rio Grande do Sul à procura de um emprego como advogado, envolveu-se com política partidária, fundando um novo periódico, o jornal A Pátria, no front da política regional.
Se voltarmos ainda mais no tempo, vamos encontrar o caprichoso jornalista mirim, criando o jornalzinho O Ideal, que circulava com seus primeiros poemas, entre colegas do Grupo Escolar Olympio Catão, no centro de São José dos Campos.
Um jornal em quatro folhas, cuidadosamente manuscrito, letras de fôrma impecáveis, organ (sic) critico e noticioso. O nome do “proprietário” no cabeçalho: Cassiano Ricardo Leite. Era 1904 e o jornalzinho não aceitava colaborações com ofensas pessoaes (sic).
Página do “O Ideal”, criação jornalística de Cassiano na infância; registros do jornalzinho também estão no livro “Cassiano – Fragmentos para uma Biografia” (Foto: SP RIO+)
15 de setembro (sexta-feira)
19h Mesa de abertura | Mapa da Energia Criativa – o fascinante empreendedorismo criativo no Vale do Paraíba
Com Ana Carla Fonseca, Luiza Morandini, Ana Pirolo e Cilene Lima
16 de setembro (sábado)
10h Mesa 2 | Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?
Com Humberto Werneck, Eliane Robert Moraes e Midria, mediação Alice Penna e Costa
15h Mesa 3 | Cassiano, o poeta múltiplo
Com Neide Duarte, Ivan Marques e Zé Katimba, mediação Júlio Ottoboni
Participação especial: Elizabeth Malburg Freire Meira (aluna do Poliedro)
17h Mesa 4 | Afagar a terra, conhecer os desejos da terra
Com Daniel Munduruku e Renzo Taddei, mediação Tania Rivitti
17 de setembro (domingo)
10h Mesa 5 | Toda maneira de amor vale amar
Com João Silvério Trevisan, Geni Núñez, mediação Rita von Hunty
15 de setembro (sexta-feira)
21h Luana Bayô
16 de setembro (sábado)
19h30 Baile da Bonita
17 de setembro (domingo)
11h30 Duo Àvuà
Período: 15, 16, 17 de setembro de 2023
Local: Parque Vicentina Aranha
Endereço: Rua Eng. Prudente Meireles de Morais, 302 – Vila Adyana
Site: www.flimsjc.com.br
Mídias sociais: @flim.sjc
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