Comandante da Marinha ucraniana envia carta aberta ao Papa Francisco: Mariupol é “inferno na Terra”

Foto: REUTERS/Alexander Ermochenko

O comandante da unidade de fuzileiros navais da Ucrânia, na cidade sitiada de Mariupol, escreveu uma carta ao Papa Francisco pedindo que ele salvasse as pessoas que permanecem na cidade sob forte bombardeio.

Na carta, publicada no site Ukrainska Pravda, o major Serhii Volyna, comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais, escreveu: “Não vi seus apelos ao mundo e não li todas as suas últimas declarações, tenho lutado por mais de 50 dias em completo cerco e tudo o que tenho tempo para uma batalha feroz por cada metro de uma cidade cercada pelo inimigo.”

Volyna disse estar pronto para “lutar até o fim”, apesar da constante artilharia e foguetes, falta de água, comida e remédios, acrescentando: “Você provavelmente já viu muito em sua vida. Mas tenho certeza de que você nunca viu o que está acontecendo em Mariupol. Porque é assim que o inferno na Terra se parece. Tenho pouco tempo para descrever todos os horrores que vejo aqui todos os dias. Na usina [Azovstal], mulheres com crianças e bebês vivem em bunkers com fome e frio. Todos os dias sendo alvo da aviação inimiga. Os feridos morrem todos os dias porque não há remédios, nem água, nem comida.”

O oficial fez alusão ao teatro em Mariupol que foi atingido por um ataque russo enquanto era usado como abrigo para civis em março.

“Chegou a hora em que rezar não é suficiente”, disse Volyna.

“Ajude a salvá-los. Após o bombardeio do teatro, ninguém acredita nos ocupantes russos. Traga a verdade ao mundo, evacue as pessoas e salve suas vidas das mãos de Satanás, que quer queimar todas as coisas vivas.”